Comparativo: Honda WR-V x Citroën C4 Cactus

Desenvolvidos de olho no consumidor brasileiro, Honda WR-V e Citroën C4 Cactus têm porte e preços muito semelhantes. Qual deles destaca-se nesta disputa entre SUVs compactos?

Comparativo: Honda WR-V x Citroën C4 Cactus

Texto: Gustavo de Sá

Fotos: Renan Senra

De olho em um mercado aquecido em todo o planeta, as fabricantes estão investindo cada vez mais no aumento da oferta de SUVs em suas respectivas gamas. A Honda, que até 2014 oferecia somente o médio CR-V, triplicou a oferta em nosso mercado, com a chegada dos compactos HR-V (2015) e WR-V (2017). A Citroën, por sua vez, acaba de entrar nessa briga com o recém-lançado C4 Cactus, que deverá ganhar a companhia do médio C5 Aicross no próximo ano. Voltando aos compactos, alinhamos para um comparativo o novato da marca de origem francesa e o rival mais recente da Honda. Qual deles vence o duelo entre os SUVs na faixa de R$ 85 mil?

Ambos têm em comum o fato de serem projetos desenvolvidos pelos times locais de engenharia de cada uma das fabricantes, com o objetivo de atender ao gosto do consumidor brasileiro. O C4 Cactus lançado aqui é uma reestilização do modelo europeu que estreou em 2014. No ano passado, em outros mercados, a marca francesa mudou o posicionamento dele de crossover para hatch médio, ocupando o lugar do antigo C4 hatch. A solução encontrada pela filial brasileira foi dotá-lo de características comuns aos SUVs com a elevação da suspensão, aumentando, assim, o vão livre do solo e os ângulos de ataque e saída.

Dianteira Citroën C4 Cactus Feel Pack

O WR-V, por sua vez, foi apresentado pela primeira vez no Salão de São Paulo de 2016. Ele compartilha plataforma, motor e câmbio com o Honda Fit, mas teve mudanças importantes, como aumento da distância entre-eixos e das bitolas, além de suspensão e pneus exclusivos.

Na análise das medidas externas, o Cactus leva vantagem em comprimento (4.170 mm x 4.000 mm) e na distância entre-eixos (2.600 x 2.555), mas perde para o Honda em altura (1.563 x 1.599) e largura (1.714 x 1.734).

Dianteira Honda WR-V EXL

O Honda vence também na comparação das medidas internas. O espaço no banco traseiro é mais amplo no WR-V, embora a acomodação de três adultos no banco de trás custe espaço para os ombros do quinto ocupante nos dois automóveis. No porta-malas, a acomodação de bagagens é melhor no Honda, com 363 litros, ante 320 l do Citroën.

Alinhamos aqui as versões EXL (R$ 85.500), do Honda, e Feel Pack (R$ 84.990), do Citroën. Ambas trazem direção eletroassistida, luzes de rodagem diurna em LED, faróis de neblina, câmera de ré, controle de cruzeiro, volante multifuncional em couro, central multimídia com tela tátil de 7 polegadas, barras de teto, volante ajustável em altura e distância e bancos bipartidos.

Interior Citroën C4 Cactus Feel Pack

O Citroën, entretanto, oferece lista de série bem mais recheada que o rival, com ar-condicionado digital e automático, controles de estabilidade e tração, assistente de saída em rampa, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, sensor de pressão dos pneus, chave presencial, botão de partida e opção de teto em cor diferente da carroceria.

Exclusivos do Honda são os airbags laterais de cortina (o Citroën traz apenas os laterais de tórax, em adição aos obrigatórios frontais), alças de apoio no teto, o prático sistema de rebatimento dos bancos traseiros e a segunda entrada USB no console. Ausências sentidas em ambos são dos sensores de estacionamento, bancos em couro, iluminação traseira de neblina e retrovisores eletrocrômicos.

Interior Honda WR-V EXL

Desempenho pacato

Ambos trazem motores já conhecidos na gama de suas respectivas fabricantes. O 1.6 16V flex do Citroën gera 118 cv (E) a 5.750 rpm e torque de 16,1 kgfm (E) a 4.750 rpm, enquanto o 1.5 16V flex do Honda entrega 116 cv (E) a 6.000 rpm e 15,3 kgfm (E) a 4.800 rpm. O primeiro vem associado a um câmbio automático convencional de seis marchas, com modos de condução ECO e Sport e possibilidade de mudanças manuais por meio da alavanca.

Já o Honda utiliza caixa continuamente variável (CVT) com posições S (que eleva mais as rotações) e L (para obter mais freio-motor) – ao contrário de Fit e City, não há simulação de marchas.

Lateral Citroën C4 Cactus Feel Pack

Não espere dessa dupla desempenho de tirar o fôlego, afinal, essa não é a proposta de modelos com centro de gravidade elevado. O Citroën entrega dirigibilidade mais voltada ao conforto, com acerto de suspensão macio e direção com assistência elétrica bastante leve em manobras. Em acelerações, as passagens de marcha nesta versão com motor aspirado são bastante suaves.

Já o Honda WR-V possui acerto ligeiramente mais firme, que passa à cabine em maior intensidade as imperfeições do asfalto – embora em menor grau do que no Fit. O ponto positivo é que, graças a esse ajuste, há menor rolagem da carroceria em curvas na comparação com o Cactus.

Lateral Honda WR-V EXL

Nos testes de desempenho em nosso campo de provas, em Limeira (SP), o WR-V andou à frente do rival em todos os ensaios. Na prova de zero a 100 km/h, ele cravou 11s3, contra 13s0 do modelo produzido em Porto Real (RJ). Nas retomadas, o WR-V garantiu até 1s8 de vantagem. Explicação para a superioridade do Honda pode estar na relação peso-potência mais vantajosa (9,5 kg/cv x 10,3 kg/cv), além do melhor aproveitamento da caixa CVT em acelerações com o pé direito cravado.

Na hora de frear, o Cactus parou pouco antes do WR-V, com 39,0 metros percorridos ao estancar de 100 km/h a zero – o Honda percorreu 0,7 m a mais. Porém, o resultado do carro fabricado em Sumaré (SP) foi melhor na prova que avalia a resistência ao superaquecimento dos freios, com a menor diferença entre a melhor e pior marca atingida. Os dois contam com freios a disco ventilado, na dianteira, e tambor, na traseira.

Comparativo: Honda WR-V x Citroën C4 Cactus

Mesmo andando na frente do concorrente, o WR-V consumiu menos etanol, tanto na cidade (8,2 km/l ante 6,4 km/l), quanto na estrada (11,1 km/l x 9,4 km/l). Ainda que o tanque de combustível seja 10 litros maior, o Cactus tem autonomia estimada em 423 km, 4 km a menos que no Honda. Ambos tiveram níveis parelhos na medição de ruído interno, embora no uso real o Citroën pareça mais silencioso e melhor isolado acusticamente.

O Cactus destaca-se, principalmente, pelo nível de equipamentos de comodidade e segurança, além do visual ousado. Mas isso não foi suficiente para bater o Honda, que entregou melhor desempenho, menor consumo e maior espaço interno. Com 266,5 pontos na soma das análises técnica e de mercado, ante 260,5 pontos do Citroën C4 Cactus, o Honda WR-V sai vencedor deste comparativo.

> Confira a tabela com os números de teste e notas finais com comparativo:

> Galeria de fotos: 

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Texto: Gustavo de Sá

Fotos: Renan Senra

De olho em um mercado aquecido em todo o planeta, as fabricantes estão investindo cada vez mais no aumento da oferta de SUVs em suas respectivas gamas. A Honda, que até 2014 oferecia somente o médio CR-V, triplicou a oferta em nosso mercado, com a chegada dos compactos HR-V (2015) e WR-V (2017). A Citroën, por sua vez, acaba de entrar nessa briga com o recém-lançado C4 Cactus, que deverá ganhar a companhia do médio C5 Aicross no próximo ano. Voltando aos compactos, alinhamos para um comparativo o novato da marca de origem francesa e o rival mais recente da Honda. Qual deles vence o duelo entre os SUVs na faixa de R$ 85 mil?

Ambos têm em comum o fato de serem projetos desenvolvidos pelos times locais de engenharia de cada uma das fabricantes, com o objetivo de atender ao gosto do consumidor brasileiro. O C4 Cactus lançado aqui é uma reestilização do modelo europeu que estreou em 2014. No ano passado, em outros mercados, a marca francesa mudou o posicionamento dele de crossover para hatch médio, ocupando o lugar do antigo C4 hatch. A solução encontrada pela filial brasileira foi dotá-lo de características comuns aos SUVs com a elevação da suspensão, aumentando, assim, o vão livre do solo e os ângulos de ataque e saída.

Dianteira Citroën C4 Cactus Feel Pack

O WR-V, por sua vez, foi apresentado pela primeira vez no Salão de São Paulo de 2016. Ele compartilha plataforma, motor e câmbio com o Honda Fit, mas teve mudanças importantes, como aumento da distância entre-eixos e das bitolas, além de suspensão e pneus exclusivos.

Na análise das medidas externas, o Cactus leva vantagem em comprimento (4.170 mm x 4.000 mm) e na distância entre-eixos (2.600 x 2.555), mas perde para o Honda em altura (1.563 x 1.599) e largura (1.714 x 1.734).

Dianteira Honda WR-V EXL

O Honda vence também na comparação das medidas internas. O espaço no banco traseiro é mais amplo no WR-V, embora a acomodação de três adultos no banco de trás custe espaço para os ombros do quinto ocupante nos dois automóveis. No porta-malas, a acomodação de bagagens é melhor no Honda, com 363 litros, ante 320 l do Citroën.

Alinhamos aqui as versões EXL (R$ 85.500), do Honda, e Feel Pack (R$ 84.990), do Citroën. Ambas trazem direção eletroassistida, luzes de rodagem diurna em LED, faróis de neblina, câmera de ré, controle de cruzeiro, volante multifuncional em couro, central multimídia com tela tátil de 7 polegadas, barras de teto, volante ajustável em altura e distância e bancos bipartidos.

Interior Citroën C4 Cactus Feel Pack

O Citroën, entretanto, oferece lista de série bem mais recheada que o rival, com ar-condicionado digital e automático, controles de estabilidade e tração, assistente de saída em rampa, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, sensor de pressão dos pneus, chave presencial, botão de partida e opção de teto em cor diferente da carroceria.

Exclusivos do Honda são os airbags laterais de cortina (o Citroën traz apenas os laterais de tórax, em adição aos obrigatórios frontais), alças de apoio no teto, o prático sistema de rebatimento dos bancos traseiros e a segunda entrada USB no console. Ausências sentidas em ambos são dos sensores de estacionamento, bancos em couro, iluminação traseira de neblina e retrovisores eletrocrômicos.

Interior Honda WR-V EXL

Desempenho pacato

Ambos trazem motores já conhecidos na gama de suas respectivas fabricantes. O 1.6 16V flex do Citroën gera 118 cv (E) a 5.750 rpm e torque de 16,1 kgfm (E) a 4.750 rpm, enquanto o 1.5 16V flex do Honda entrega 116 cv (E) a 6.000 rpm e 15,3 kgfm (E) a 4.800 rpm. O primeiro vem associado a um câmbio automático convencional de seis marchas, com modos de condução ECO e Sport e possibilidade de mudanças manuais por meio da alavanca.

Já o Honda utiliza caixa continuamente variável (CVT) com posições S (que eleva mais as rotações) e L (para obter mais freio-motor) – ao contrário de Fit e City, não há simulação de marchas.

Lateral Citroën C4 Cactus Feel Pack

Não espere dessa dupla desempenho de tirar o fôlego, afinal, essa não é a proposta de modelos com centro de gravidade elevado. O Citroën entrega dirigibilidade mais voltada ao conforto, com acerto de suspensão macio e direção com assistência elétrica bastante leve em manobras. Em acelerações, as passagens de marcha nesta versão com motor aspirado são bastante suaves.

Já o Honda WR-V possui acerto ligeiramente mais firme, que passa à cabine em maior intensidade as imperfeições do asfalto – embora em menor grau do que no Fit. O ponto positivo é que, graças a esse ajuste, há menor rolagem da carroceria em curvas na comparação com o Cactus.

Lateral Honda WR-V EXL

Nos testes de desempenho em nosso campo de provas, em Limeira (SP), o WR-V andou à frente do rival em todos os ensaios. Na prova de zero a 100 km/h, ele cravou 11s3, contra 13s0 do modelo produzido em Porto Real (RJ). Nas retomadas, o WR-V garantiu até 1s8 de vantagem. Explicação para a superioridade do Honda pode estar na relação peso-potência mais vantajosa (9,5 kg/cv x 10,3 kg/cv), além do melhor aproveitamento da caixa CVT em acelerações com o pé direito cravado.

Na hora de frear, o Cactus parou pouco antes do WR-V, com 39,0 metros percorridos ao estancar de 100 km/h a zero – o Honda percorreu 0,7 m a mais. Porém, o resultado do carro fabricado em Sumaré (SP) foi melhor na prova que avalia a resistência ao superaquecimento dos freios, com a menor diferença entre a melhor e pior marca atingida. Os dois contam com freios a disco ventilado, na dianteira, e tambor, na traseira.

Comparativo: Honda WR-V x Citroën C4 Cactus

Mesmo andando na frente do concorrente, o WR-V consumiu menos etanol, tanto na cidade (8,2 km/l ante 6,4 km/l), quanto na estrada (11,1 km/l x 9,4 km/l). Ainda que o tanque de combustível seja 10 litros maior, o Cactus tem autonomia estimada em 423 km, 4 km a menos que no Honda. Ambos tiveram níveis parelhos na medição de ruído interno, embora no uso real o Citroën pareça mais silencioso e melhor isolado acusticamente.

O Cactus destaca-se, principalmente, pelo nível de equipamentos de comodidade e segurança, além do visual ousado. Mas isso não foi suficiente para bater o Honda, que entregou melhor desempenho, menor consumo e maior espaço interno. Com 266,5 pontos na soma das análises técnica e de mercado, ante 260,5 pontos do Citroën C4 Cactus, o Honda WR-V sai vencedor deste comparativo.

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