SUVs médios são tratados como modelos de luxo no Brasil. Esta realidade é completamente diferente do mercado norte-americano onde eles têm representatividade nas vendas expressivamente maior que os SUVs compactos, os queridinhos dos brasileiros. Isso se deve a comercialização das versões mais caras dos SUVs médios por aqui, não abrindo espaço para uma gama ampla de preços, motorizações e versões.
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Com produção nacional, dois motores diferentes e quatro versões distintas, o Jeep Compass promete ditar as novas regras do segmento.
MEIO TERMO
O primeiro contato foi a versão Longitude 2.0 MutiJet Diesel de 170 cv e 35,7 kgfm de torque, configuração que deverá representar 30% do mix da versão Longitude, a qual, segundo a Jeep, será a versão mais vendida do Compass. A Longitude é a única versão que permite a escolha entre as duas opções de motores disponíveis.
Partindo de R$ 132.990, o Compass Longitude Diesel enfrenta SUVs de marcas premium, tais como Mercedes-Benz GLA, BMW X1 e Audi Q3. Além da inegável superioridade no off-road (confira o teste no Jeep Camp), o Compas diesel entrega mais torque e economia de combustível (11,4 km/l na estrada e 9,5 km/l na cidade). Até mesmo dentro da Jeep, o Compass faz o papel de meio termo entre o patamar acessível em que está o Renegade, e o andar dos modelos premium, que começa com o Cherokee – em diversos quesitos como espaço, estilo, comportamento e refinamento.
Em relação ao acabamento, o novo Compass fica em um ponto entre os rivais premium e os generalistas. Toda parte superior do painel é forrada com material realmente muito macio ao toque. As portas dianteiras recebem tratamento parecido, no entanto, com menor maciez, enquanto a turma do fundo, convive com plásticos duros na porta. Ao menos, os braços dos quatro passageiros repousam sobre revestimento de couro com costura dupla.
Bom relacionamento
Apesar de seu DNA estar atrelado ao off-road, o Jeep Compass tem intimidade com o asfalto e convive melhor com ele que muitos rivais essencialmente urbanos. Isso se deve, principalmente, ao belo trabalho de suspensão que a Jeep fez neste SUV. O conjunto McPherson na dianteira e Multilink na traseira é o mesmo do Renegade, porem com calibração voltada ao conforto.
Esta característica fica evidente quando o novo Jeep trafega em alta velocidade: o bom isolamento acústico garante silêncio a bordo enquanto a suspensão absorve com maciez cada imperfeição do solo. Mesmo em terrenos difíceis, ela trabalha ao máximo para não incomodar os ocupantes. O silêncio e o conforto a bordo fazem com que, mesmo em tocadas mais animadas, o C0mpass pareça estar mais devagar do que de fato.
A direção elétrica coopera nesta busca pelo conforto, sendo extremamente leve em manobras – não é necessária mais do que a força de um dedo mendinho para virar o volante. Mas, isso tem um preço: a direção é um tanto anestesiada, filtrando praticamente todas as imperfeições do solo. Falta também um pouco mais de firmeza em altas velocidades, no entanto, nada que comprometa a sensação de segurança.
Já conhecido pelos brasileiros a bordo de Toro e Renegade, o motor 2.0 MutiJet Diesel trabalha com a transmissão automática ZF de nove marchas. O Compass tem um comportamento um pouco diferente de seus companheiros de fábrica, o conjunto trabalha de maneira mais suave, com acelerações mais lineares e reduções de marcha próximas a totalmente imperceptíveis. Quando requisitado, o motor diesel trabalha com força e garante agilidade ao SUV médio.
Cartas na mesa
O novo Jeep Compass Longitude Diesel entrega um bom pacote de equipamentos, preço competitivo e condução exemplar para a categoria. Ele aproveita do status da Jeep que paira entre marchas generalistas e premiums, além do design inspirado no Grand Cherokee para justificar a briga em dois patamares diferentes de mercado. Com sucesso, a marca conseguiu agregar valor a um modelo em uma categoria onde os rivais não fogem do trivial.
A vida do Compass será totalmente diferente de antes: se no passado ele era esquecido pela próxima Jeep, agora ele tem a missão declarada de roubar vendas de sedãs médios, de versões mais caras de SUVs compactos (incluindo do irmão Renegade) e também dos apagados rivais médios. Com ele, a Jeep pretende se tornar a marca de SUVs líder no Brasil: a missão é ambiciosa, mas o Compass mostrou que tem potencial para isso.
Por João Brigato de Refice (PE) a convite da Jeep.
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