Avaliação: Fiat Toro 2.4 flex é para quem faz questão de desempenho

Avaliação: Fiat Toro 2.4 flex é para quem faz questão de desempenho

Com pouco mais de um ano de mercado, a picape Fiat Toro ainda atrai olhares como se fosse novidade, mas faz pose de veterana ao fechar o primeiro semestre de 2017 em primeiro lugar na lista dos comerciais leves mais vendidos segundo a Fenabrave.

O motivo desse sucesso é uma combinação entre design inspirado, uma boa lista de equipamentos e o porte mais compacto se comparado à uma picape média. Havia, contudo, uma grande lacuna entre as motorizações 1.8 flex e 2.0 turbodiesel, que precisava ser preenchida.

Diante disso, motor 2.4 flex chegou no segundo semestre para reforçar a gama, como uma opção para aqueles que desejavam desempenho mais encorpado que o proporcionado pelo 1.8 E.torQ. Sob esse aspecto, a nova motorização atingiu seus objetivos, vez que deixa a picape tão ágil quanto um hatch esportivo. É boa de dirigir pois entrega sua potência de forma suave, podendo ser conduzida sem trancos no acelera-para-acelera das grandes cidades.

No jogo de prós e contras

Então foi uma jogada perfeita da Fiat? Quase, não fosse um problema particularmente preocupante: o consumo. Por mais que tenhamos nos esforçado, não deu para ir além dos 6 km/l de gasolina na cidade, um gasto um tanto elevado, especialmente considerando que o motor possui sistema start-stop, que o desliga em paradas e ajuda a reduzir consumo e missões. Então foi uma jogada ruim? Também não. A picape possui muitas virtudes e precisa ser analisada de forma contextual.

Se compararmos, por exemplo, com a versão a diesel, com a qual a 2.4 flex compartilha a ótima transmissão automática de 9 marchas, há algumas diferenças sensíveis na forma de dirigir. O 2.0 turbodiesel, com 170 cv de potência e que disponibiliza seus 35,7 kgfm de torque já aos a 1.750 rpm, pode parecer um pouco bruta para alguns motoristas, especialmente no trânsito das grandes cidades. O 2.4 flex, por sua vez, quando abastecido com etanol gera 186 cv de potência e entrega 24,9 kgfm de torque a 4.000 rpm, o que proporciona uma resposta mais suave ao acelerador. Essa característica se torna relevante considerando que a maioria das Toro vendidas vão passar quase toda sua vida em ambiente urbano. O motor 1.8 E.torQ disponibiliza com seus 139 cv de potência e 19,3 kgfm de torque e proporciona desempenho tímido até para quem não faz tanta questão de desempenho.

Sob essa perspectiva, concluímos que o motor 2.4 flex faz jus à sua posição intermediária, proporcionando tanta potência quanto o 2.0 turbodiesel, porém, com mais suavidade e conforto, além de menor ruído. Por outro lado, o 2.0 turbodiesel pode ser mais “bruto”, mas tem consumo cerca de 50% menor, o que é muita coisa. Na outra ponta, o 1.8 E.torQ tem desempenho mais tímido, sem, contudo, ser um expoente em economia, com consumo urbano de gasolina girando em torno de 7,5 km/l, fazendo seu papel como opção de entrada da linha.

O que se leva pelo que se paga

A versão avaliada por AUTOPOLIS foi uma Fiat Toro Freedom 2,4 litros flex, com preço base de R$ 98.730, mas que estava equipada com quase tudo a que tinha direito, incluindo pintura metálica, Kit Pleasure Plus (R$ 8.509) e Kit Safe Plus (R$ 4.985). Só ficaram faltando o teto solar e as barras no teto. Nessa configuração, a picape pode chega aos R$ 113.817, o que avança sobre o preço das versões a diesel com câmbio manual e sem os mesmos níveis de opcionais, cujos preços estão entre R$ 100.700 e R$ 109.290. Mas inda fica longe da única versão a diesel com câmbio automático, que parte de R$ 127.040, podendo chegar aos R$ 138.876 com o mesmo nível de equipamentos da unidade que avaliamos.

Mas o que você leva por esses R$ 113.817? Um monte de coisas.

Dentre os itens de série, estão incluídos o controle de estabilidade (ESP) e de tração (ASR), alerta de limite de velocidade, capota marítima, chave canivete com telecomando, computador de bordo (informa distância, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia), direção elétrica, assistente para arrancadas em subida (Hill Holder), retrovisores externos elétricos com memória, tilt down (sistema que vira o retrovisor para baixo quando se engata ré para facilitar manobras) e rebatimento automático quando o veículo é desligado.

O pacote Pleasure Plus acrescenta ainda o volante funcional, faróis de neblina, apoios de braço dianteiro e traseiro, sensores de chuva e de luminosidade, retrovisor eletrocrômico, para-sol iluminado, cromados externos e maçanetas e retrovisores pintados, central multimídia Uconnect Touch Nav com tela de 5 polegadas, navegador GPS, câmera de ré, seis alto-falantes, viva-voz e entradas USB/AUX, além de rodas de liga-leve aro 17 com pneus de uso misto 225/65. O Pacote Safe Plus acrescenta airbags laterais do tipo cortina e para os joelhos do motorista, além dos bancos com revestimento parcial em couro.

Em movimento

Uma das principais características do Fiat Toro é seu comportamento semelhante ao de um SUV, consequência da concepção do carro em si, que utiliza carroceria monobloco e uma excelente suspensão traseira multilink. Isso é agradável tanto para o motorista, que não tem que fazer tantas adaptações ao seu jeito de dirigir, como para os passageiros, que viajam com conforto e sem os sacolejos das picapes tradicionais.

A picape não é tão grande que torne as manobras para estacionar difíceis e ainda há os recursos eletrônicos à prova de barbeiragem, como a câmera e os sensores de ré, assim como o tilt down. Para tornar o ato de estacionar ainda mais fácil, seria interessante se houvesse sensores também na frente.

O interior tem bom acabamento, é silencioso e acolhe bem os passageiros, oferecndo espaço adequado para acomodar quatro adultos. O sistema de som com seis alto-falantes é muito bom e o ar-condicionado de duas zonas dá conta do recado.

O motorista encontra fácil uma posição para dirigir e conta com um volante multifuncional que é bem multifuncional mesmo: é tanto botão que exige uma período de adaptação até que se saiba a função de todos. Um ponto negativo fica para a tela do sistema multimídia, que é pequena e tem gráficos simplórios.

Quanto ao desempenho, apenas reiterando o que dissemos acima, a versão equipada com motor 2.4 tem desempenho muito bom, com agilidade e disposição de um bom hatchback. O câmbio automático de 9 marchas tem funcionamento discreto e muito bem equacionado: ele sempre encontra uma relação de marcha bem adequada à situação de rodagem e o faz de forma discreta. No plano, a 120 km/h, ele engata uma marcha mais longa e o conta-giros despenca, sem perda de velocidade, o que contribui com a redução consumo e o baixo nível de ruídos.

Vai para casa ou não vai?

Se você prioriza o desempenho e não se importa em desembolsar um pouco mais com combustível, o Fiat Toro Freedom equipado com o motor Tigershark Multiair Flex 16V (tem nome e sobrenome) é seu número. Também joga a favor da versão 2.4 a dirigibilidade e rodagem mais suave que a das versões a diesel, além de ser proporcionalmente mais baratas.

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