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Já andamos: Nissan Kicks quer chutar a traseira de HR-V e Renegade



Fotos, vídeo e edição | Júlio Max, de São Paulo (SP)
Viagem à convite da Nissan
A ansiedade pela chegada do Nissan Kicks ao mercado brasileiro, para alguns (como nós do Auto REALIDADE), iniciou quando foi revelado o Kicks Concept no Salão de São Paulo em 2014 – um protótipo com soluções visuais comuns ao Extrem apresentado dois anos atrás. No início de 2016, o CEO Carlos Ghosn veio ao Rio anunciar a produção nacional do crossover, e os teasers começaram a ser veiculados, até que no início de maio, a imprensa especializada foi convidada a conhecer in loco o Kicks definitivo. Naquela ocasião, estávamos diante de um pré-série com praticamente todas as características do modelo de produção, mas envolto em alguns mistérios. O motor é mesmo o 1.6? Qual é a capacidade do porta-malas? E este conta-giros digital, como funciona? Estas e mais dúvidas foram relatadas no nosso grupo de amigos – agora, finalmente, poderemos responder em detalhes como é o Kicks SL, que a Nissan considera como lançamento mais importante já realizado desde seu estabelecimento no Brasil. Não por acaso, nosso mercado é o primeiro a receber o novo modelo – nem mesmo no México, onde é produzido, o Kicks está sendo comercializado.

Apesar dos plásticos pretos que circundam a parte inferior da carroceria, o Kicks (nome que significa “pontapés” em inglês, ou “sapatos”, informalmente) está mais para urbano do que para aventureiro, ao estilo do Honda HR-V – não por acaso, seu arquirrival de projeto japonês. Os faróis têm assinatura luminosa em LED e formas que exploram a tridimensionalidade da carroceria, enquanto os faróis de neblina se integram às molduras do para-choque e a grade com aberturas ovais é adornada por um generoso aplique cromado em formato de “V”. Na ponta do lápis, o modelo possui coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,345.

Na lateral, o efeito interessante é o teto que parece desmembrado da carroceria, por conta dos apliques pretos em todas as colunas das janelas. Outro destaque está no jogo de rodas de 17 polegadas, pretas com bordas diamantadas, com pneus 205/55 Continental ContiPowerContact (o estepe também possui roda de liga leve e as mesmas dimensões de pneu).

As lanternas possuem áreas côncavas e se estendem para a tampa do porta-malas – pena que o vão das peças nas extremidades seja muito grande. A abertura do porta-malas é feita pelo botão na régua acima da placa. No para-choque de trás, há uma moldura central inferior que segue a cor da carroceria. Já o aerofólio e as molduras que acompanham o vidro traseiro foram desenvolvidos visando melhorias na aerodinâmica. Robert Bauer (foto ao lado), chefe de design da Nissan nos EUA que esteve presente na apresentação, mencionou que, assim como as brasileiras, o Kicks também possui uma bela traseira…

O interior do Kicks reaproveita bem pouco dos Nissan atuais – na verdade, ele é quem cederá componentes para os mais recentes modelos globais da marca, como a nova geração da van Serena, que chega ao Japão em agosto. O volante tem base achatada e raios estendidos para acomodar os atalhos de som e computador de bordo. Ajustável em altura e profundidade – e sem o inconveniente do baque da gravidade que acomete outros modelos – esta direção possui boa pegada e tem assistência elétrica progressiva, o que a torna levinha em manobras (seu raio de giro é de 10,2 metros) e mais firme em velocidades maiores. É possível perceber que o Kicks teve detalhes pensados especificamente para os brasileiros: todos os vidros tem acionamento por um-toque e recurso anti-esmagamento e, ao segurar o botão de travamento na chave, as janelas esquecidas abertas fecham – algo raro de se ver em modelos de projeto asiático.

O quadro de instrumentos possui apenas o velocímetro como componente analógico – todas as outras informações são agrupadas na tela de 7 polegadas colorida e programável. Esta tela assume as funções de: conta-giros (apenas os números mais próximos ao ponteiro são clareados, e a conformidade do movimento da agulha virtual é praticamente a mesma da analógica), gráficos de consumo de combustível (exibindo média e econômetro), controle do chassi (falaremos sobre ele mais detalhadamente daqui a pouco), computador de bordo, informações do som, bússola, orientações do GPS e velocímetro digital – é tanta informação que, em nosso teste, nem chegamos a conferir detalhadamente como funciona cada modo…

A central multimídia com tela touchscreen de 7 polegadas também merece um parágrafo à parte. Com CD/MP3 Player, rádio, entradas USB e auxiliar, Bluetooth, acesso ao Facebook e pesquisa do Google, 4 alto-falantes e 2 tweeters, o sistema integra GPS com exibição de pontos de interesse (restaurantes, postos de gasolina, etc) e o sistema de visão em 360 graus: quatro câmeras (uma embutida no escudo frontal da Nissan, duas abaixo dos retrovisores e mais uma na tampa traseira) mostram o que se passa ao redor do carro. Um recurso complementar é o detector de objetos: quando veículos ou pessoas estão próximos, o visor correspondente mais próximo será indicado: quando se aproximar mais, aparecerão luzes verdes, amarelas ou vermelhas, e caso o objeto se aproxime pela traseira, também irá soar o apito do sensor de estacionamento.

Em termos de acabamento, o Kicks mistura elementos glamourosos com a simplicidade típica dos japoneses. Os bancos, painel e forros das portas contam com revestimentos de couro (mescla de material natural e sintético), na cor Preta (de série), Macchiato (que lembra o marrom do café) e Sand (uma cor creme), estas duas últimas por R$ 500 adicionais. O laranja berrante que adornava o Kicks que conferimos no Rio foi descartado no modelo de produção. As portas dianteiras trazem porta-moedas com tapetinhos de borracha, mas de resto predomina o plástico rígido. O forro de teto também é simplicista, de carpete (há rivais com revestimento em tecido).

O espaço para os ocupantes foi privilegiado, e quem senta na frente desfruta da tecnologia “Zero Gravity”: em conjunto com a NASA, os engenheiros da Nissan buscaram desenvolver assentos mais ergonômicos e com boa densidade para encarar longas viagens. Depois de rodar mais de 300 quilômetros no modelo – tanto como motorista como no banco do carona – é possível dizer que é proporcionado um bom nível de conforto.

Atrás, o espaço também é bom para cabeça e pernas (mérito da distância entre-eixos de 2,61 metros, exatamente a mesma que o HR-V), e os três ocupantes contam com apoios de cabeça e cintos de três pontos. Nas laterais, há pontos de fixação de cadeirinhas ISOFIX. Também são itens de série no Kicks SL; ar-condicionado digital com ajuste automático de temperatura (de zona única e regulagem de meio em meio grau Celsius), acendimento automático dos faróis, ajuste de altura do banco do motorista, chave presencial I-Key, botão de ignição, dois pontos de iluminação no teto, três porta-copos no console central, espelhos nos para-sois, duas tomadas de 12 Volts, tapetes em carpete, volante e manopla de câmbio revestidos em couro, alerta sonoro de faróis acesos, travamento das portas a partir de 24 km/h, limpador de para-brisa dianteiro e traseiro com duas velocidades e controle intermitente variável, temporizador dos faróis, retrovisores elétricos com luzes de seta em LED, porta-revistas atrás dos bancos dianteiros, porta-objetos nas portas, abertura interna da tampa do tanque de combustível e detalhes metalizados no rack de teto e nas molduras laterais.

O porta-malas possui 432 litros, apenas 5 litros a menos que o HR-V. Neste quesito, o Renault Duster é o campeão, com seus 475 L, enquanto o Jeep Renegade segura a lanterna, com 260 litros. Com base plana, é fácil carregar e descarregar o porta-malas do Kicks, que pode ter a capacidade ampliada com o rebatimento parcial ou total do encosto do banco traseiro, além de trazer tampão dobrável e ganchos para fixação de objetos – cada um suporta 3,3 quilos. A tampa possui um recuo na parte direita para encaixar as mãos e fechar a tampa.

Um dos grandes mistérios girava em torno do conjunto motriz do Kicks: o motor 1.6 16v dá conta do recado? Sim! Mesmo sem ser o “estado da arte” em termos de tecnologia, o propulsor HR16DE Flex Start, com controle de abertura das válvulas continuamente variável, rende 114 cavalos a 5600 rpm e torque de 15,5 kgfm a 4000 rpm, seja com gasolina ou etanol. Aliado a ele está o câmbio automático continuamente variável XTronic CVT, agora com o recurso D-Step, que em retomadas mais ágeis efetua a troca virtual de marchas, e o modo Sport, ativado por um pequeno botão na alavanca.

Com esse conjunto, a Nissan assegura que o Kicks acelera de 0 a 100 km/h em 12,0 segundos e atinge a velocidade máxima de 175 km/h – na prática, o modelo mostra boa disposição para encarar as estradas, só arregando um pouco em subidas. É, portanto, ligeiramente menos ágil que o HR-V e significativamente mais disposto em relação ao Renegade. A explicação? O Kicks aproveita-se da plataforma V de March e Versa, que garante o peso-pena de 1142 quilos em ordem de marcha (pronto para pegar a chave e sair andando). Considere que um Renegade Longitude 1.8 automático pesa 1440 quilos, e as coisas começam a fazer sentido.

O Kicks também é inacreditavelmente econômico para um modelo de seu segmento: apenas o HR-V consegue ter nível similar de consumo na cidade, mas o Nissan é o rei da estrada. Os dados do Inmetro indicam 8,1 km/l com etanol e 11,4 km/l rodando com gasolina em circuito urbano; já em percurso rodoviário, os resultados são de 9,6 km/l (etanol) e 13,7 km/l (gasolina). Em nosso percurso, alcançamos a média de 14,0 km/l, com ar ligado e velocidades altas. Já a colega Ana Célia Aragão, do Motor Mais, superou a marca dos 18 km/l em alguns trechos e fechou o trajeto final com 14,6 km/l. Ou seja: mesmo com um tanque pequeno, de 41 litros, o modelo tende a apresentar uma boa autonomia.

Vale destacar a confiança que o Kicks transmite em seu rodar: apesar de ter a carroceria mais alta, o silêncio ao rodar impera (graças aos materiais utilizados no isolamento acústico interno) e a impressão é de guiar um hatch médio, graças a múltiplos recursos, como o estabilizador ativo da carroceria (Active Ride Control, que utiliza sensores de aceleração que detectam o movimento da carroceria e, assim, atuam no freio-motor e nos freios para estabilizá-la), o controle dinâmico em curvas (Active Trace Control, que controla o movimento da carroceria em curvas ou trocas de faixa por meio do sinal do sensor de aceleração, que identifica o movimento da carroceria e atua no freio-motor e nos freios em cada roda para reduzir o subesterço, mantendo o carro na trajetória), o controle dinâmico de chassi (Chassis Control) e o controle dinâmico de freio-motor (Active Engine Brake, que recebe o sinal do sensor de aceleração e da posição do volante, atuando no freio-motor para aumentar a segurança em curvas e descidas de serras). Não há recursos para encarar terrenos fora-de-estrada, até porque o público-alvo deste segmento é essencialmente urbano. A distância em relação ao solo é de 20 centímetros, e a capacidade de imersão, de 45 cm. E não, também não foi confirmada a intenção de produzir uma versão de alta performance Nismo…

A suspensão dianteira é do tipo McPherson na frente, 300% mais rígida em comparação a outros modelos, e atrás é do tipo eixo de torção, com travessa de maior rigidez e nova estrutura de isolamento.

Em termos de segurança, além das mencionadas fixações ISOFIX, o Kicks traz airbags frontais, laterais dianteiros e de cortina, além de controles eletrônicos de estabilidade e tração (com botão de desativação), cintos dianteiros com ajuste de altura, alarme perimétrico, freios ABS (a disco na frente e a tambor atrás, com assistência em frenagem de pânico) e o auxiliar de partida em subidas (Hill Start Assist), que atua sobre o freio de mão (por cerca de 5 segundos) para evitar que o carro desça nas ladeiras.

Agora, um questionamento pertinente: Por R$ 89.990, vale a pena? A princípio, é um valor alto para um crossover derivado de carro compacto, com basicamente o mesmo conjunto mecânico do March SV CVT (que custa R$ 54.990…). Mas se formos colocar na balança que o HR-V equivalente (EXL) custa R$ 99.200 e o Renegade Limited Edition começa em R$ 97.490, o Nissan já larga na frente no quesito custo-benefício.

Consideremos que os valores de revisão incluem mão-de-obra e estão entre os mais baixos do segmento: aos 10 000 quilômetros, pagam-se R$ 419; aos 20 000 km, R$ 579; na revisão de 30 000, o valor é de R$ 419; aos 40 000 km, R$ 579; aos 50 000 km, R$ 419, e aos 60 000, R$ 579.

Os preços de boa parte dos componentes mais trocados pelas seguradoras também são competitivos: um farol sai por R$ 585, um amortecedor custa R$ 219, o para-choque tem preço de R$ 890, um disco de freio custa R$ 120, uma lanterna sai por R$ 225 e as pastilhas de freio, por R$ 199. Some os 3 anos de garantia e 2 anos de Way Assistance (auxílio 24 horas em caso de emergências), e o conjunto é bastante equilibrado a favor do novo modelo.

O Nissan Kicks só não será figurinha carimbada nas ruas brasileiras (como são HR-V e Renegade) por dois aspectos: primeiramente por ser vendido em versão única (completa e mais cara), e especialmente por ser trazido de Aguascalientes (México), o que faz a montadora depender das limitadas cotas de importação, parcialmente ocupadas com o Sentra. A perspectiva é de que o Kicks seja fabricado em Resende (RJ) no início de 2017, possivelmente em janeiro, e passando a ser oferecido em versões mais acessíveis. Para viabilizar a produção nacional, a fábrica da Nissan passará a operar em segundo turno, contando com 600 novos empregos e investimentos de R$ 750 milhões para treinamentos e aquisição de novas máquinas e robôs. As primeiras unidades do Kicks no Brasil terão as chaves entregues em uma caixa similar a um porta-joias.

O Kicks estará disponível a partir do dia 5 de agosto nas concessionárias, nas cores Branco Diamond, Prata Classic, Cinza Grafite, Preto Premium e Cinza Rust, sendo que o teto pintado na cor Sunset Orange (R$ 2500) é exclusividade combinada ao tom Cinza Grafite (e aos modelos Rio 2016). O interior Macchiato está restrito aos carros na cor branca ou Cinza Grafite; já a tonalidade Sand está unicamente disponível para os modelos na cor preta ou Cinza Rust.

Estarão disponíveis na rede de concessionárias o kit de moldura de para-choques, friso de porta, alarme, trava de estepe, calha de chuva, tapete de carpete e o box organizador. Até novembro, chegarão spoilers frontais, laterais e traseiros, aerofólio e barras de teto, racks para bicicleta e protetor do cárter. Os acessórios têm um ano de garantia e podem ser financiados junto com o Kicks na hora da compra.

As primeiras mil unidades da série Rio 2016 esgotaram em poucos dias – ao todo, mais de 1800 pessoas participaram da pré-venda do Kicks, ainda que nenhuma delas tenha dirigido o modelo, e outras sequer tido contato pessoal com ele. De 2010 até este ano, o mercado de utilitários compactos cresceu de 1,7% para 9,8% dos automóveis brasileiros. E só em Teresina (PI), 45 unidades do modelo foram reservadas. É um indicativo de que, potencial para vender bem, o Nissan tem.


Dê uma olhada na Galeria de Fotos do Nissan Kicks!

Ao volante: Nissan March e Versa CVT inspiram tranquilidade ao rodar


Fotos e redação de Júlio Max, de Itatiba (SP)
Viagem à convite da Nissan
Algumas coisas na vida são boas, até que você conhece outras e… bom, acaba mudando de opinião. A direção hidráulica era uma grande vantagem em relação ao (pesado) sistema mecânico, mas bastou a direção elétrica ser difundida para o consumidor perceber a maciez em manobras, aliada a uma boa progressividade. O câmbio manual, que no passado já foi “dessincronizado”, em alguns modelos adota relações mais longas, poupando o esforço de pisar na embreagem, engatar e marcha e… bom, você sabe. Mas os modelos automáticos estão ganhando cada vez mais mercado e a Nissan, visando alcançar mais e mais participação no mercado brasileiro, apresenta agora à imprensa o hatch March e o sedan Versa equipados com a transmissão continuamente variável XTronic CVT.

A transmissão de movimento sem interrupções, que um dia foi idealizada por Leonardo da Vinci (!), começou a equipar automóveis de produção em série no final da década de 1950, mais notavelmente o pequeno DAF 600. A Nissan entrou na onda do CVT inicialmente na Europa em 1992. No Brasil, o câmbio estreou no utilitário Murano e foi incorporado ao Sentra em 2007. Hoje, equipa Altima, Qashqai, Juke, Maxima, Pathfinder…
No Brasil, existem compactos automatizados de embreagem única (grosso modo, são manuais convertidos para passarem marcha automaticamente, como up!, Fox, Gol, Sandero, Palio e Uno), os automatizados de dupla embreagem (Fiesta), automáticos com conversor de torque e 4 marchas (Etios) ou 6 marchas (Onix e HB20). Pesquisas da Nissan apontam que 40% dos compradores de compactos desejam adquirir um automático – e dos que possuem carros automáticos, 95% querem outro modelo com esta comodidade. March e Versa, assim como os Honda Fit e City, embarcaram na onda do CVT, com as premissas de entregar força sem perda de rotação e consumo de combustível contido. Será que cumprem a missão?
A princípio de conversa, a demora em lançar March e Versa XTronic CVT está relacionada às próprias características mecânicas dos modelos, baseados sobre a plataforma V. Com duas polias no lugar de engrenagens, o CVT traz relações infinitas (sem marchas virtuais) e botão overdrive, entregando torque de forma mais ágil e em maior faixa de giros. O quadro de instrumentos ganha indicador de marcha engatada (Park, Neutro, Drive, Low ou Ré). Para arrematar, o pacote antirruídos envolve console central, painel, para-brisa, para-lamas e parede corta-fogo de maior densidade. Isto explica a protuberância maior na área acima do porta-luvas. Tais melhorias nos materiais fonoabsorventes surtiram efeito prático, e também estarão presentes nas versões manuais.

Outra levíssima mudança está nos retrovisores do Versa, agora com novo formato e piscas mais volumosos. As demais novidades estão relativas aos equipamentos – estas informações foram divulgadas com exclusividade pelo Auto REALIDADE no mês passado (veja aqui). As versões 1.0 S e 1.6 S do March passam a vir de fábrica com capas dos retrovisores na cor da carroceria e vidros elétricos traseiros (itens que existiam desde o lançamento, porém foram retirados na linha 2016). Já a versão SL incorpora o sistema multimídia Multi-App, que era um opcional vinculado ao Pack Colors.
No Versa, todas as versões passam a contar com vidros elétricos nas 4 portas, incluindo o modelo 1.0 de entrada, que passa a ser chamado Conforto. Na versão SV, a fixação de cadeirinhas infantis passa a ser de série, enquanto o SL incorpora o Multi-App (anteriormente vendido como opcional) e o Unique passa a existir somente com o câmbio CVT. Por R$ 1600 a mais em relação ao SL, traz aerofólio na tampa traseira, frisos nas portas e ponteira de escapamento cromada.
Neste test-drive foram disponibilizadas cinco unidades do March SL e 10 Versa Unique, mas o câmbio CVT também estará disponível para a versão intermediária 1.6 SV, sempre ao custo de R$ 4800. Após as explicações sobre as novidades, os jornalistas pegaram a estrada entre Itatiba e Guarulhos – um percurso de aproximados 110 quilômetros – com uma parada em Atibaia para revezamento dos convidados.
Nossa experiência ocorreu com o March SL prata de número 01 e, de fato, o modelo correspondeu às nossas expectativas. Em manobras de estacionamento, a direção é bastante cômoda e o curto raio de giro (4,5 metros no hatch, 5,2 m no Versa) facilitou o acesso a alguns locais durante o trajeto. E o câmbio proporciona grande comodidade na rodovia Fernão Dias, ainda mais considerando que enfrentamos trechos de lentidão, curvas acentuadas… No modelo manual, a embreagem certamente seria acionada algumas centenas de vezes nesta viagem… Além disso, a disposição do motor 1.6 continua bem interessante para quem pega estradas. 
O visor de marcha no quadro de instrumentos é mera formalidade, já que a luz vermelha no próprio câmbio é mais informativa. Destaque para a central Multi-App, que demonstrou boas funcionalidades em todo o trajeto: câmera de ré com linhas de guia, aplicativo iGO com determinação precisa de toda a rota, CD/DVD Player… Sem falar no consumo de 14,5 a 14,7 km/l com gasolina na estrada obtido em nosso percurso. Assim até dá para relevar a capacidade do tanque de limitados 41 litros.
Para ser mais específico, de acordo com o Inmetro o March obteve as médias de 7,8 km/l com etanol na cidade e 9,7 km/l na estrada. Com gasolina, os números são de 11,7 km/l em percurso urbano e 14,5 km/l em percurso rodoviário. Já o Versa, na cidade, chega a 7,8 km/l com etanol e 11,6 km/l com gasolina, enquanto na estrada o sedan atinge 10,0 km/l com etanol e 14,1 km/l com gasolina.
Assim como o Sentra 2017 e o Fluence GT Line que avaliamos recentemente, o câmbio CVT garante a March e Versa níveis baixos de ruídos e de rotações, sem passagens perceptíveis de marcha e uma suavidade em baixas velocidades digna de deixar os automatizados passarem vergonha. Estas características casam bem com as propostas dos modelos de oferecer bom espaço interno aos passageiros e um nível de equipamentos ainda incomum neste segmento. 
No mais, hatch e sedan mantém suas características. O March SL traz rodas de 16 polegadas, ar-condicionado digital com regulagem automática, central Multi-App, airbags frontais, freios ABS com EBD e Brake Assist, revestimentos dos bancos e portas dianteiras em veludo, maçanetas cromadas, aerofólio, faróis e lanternas escurecidos, chave com botões de travamento/destravamento e alarme, faróis de neblina e regulagens de altura da coluna de direção e banco do motorista. Já o Versa Unique vem também com bancos de couro (combinação de material natural e sintético), quadro de instrumentos com graduação da iluminação, entradas USB e auxiliar entre os bancos, abertura do porta-malas pela chave, fixação ISOFIX para cadeirinhas infantis e moldura traseira cromada.
O motor 1.6 com variação contínua da fase da abertura das válvulas, de quatro cilindros e 16 válvulas, rende os mesmos 111 cavalos a 5600 rpm e 15,1 kgfm de torque a 4000 rpm, seja com gasolina ou etanol. Os números da Nissan demonstram desempenho satisfatório: o March realiza a prova de aceleração de 0 a 100 km/h em 10,6 segundos (ante 9,3 s do modelo manual) – com o CVT, o March SL pesa apenas 999 quilos, 19,5 kg a mais do que com câmbio mecânico. A velocidade máxima dos modelos, assim como a aceleração do Versa (que pesa 1100,5 quilos na versão Unique), não está disponível.
Tanto March quanto Versa CVT chegarão às concessionárias brasileiras a partir da próxima semana. Confira abaixo os valores de todas as versões:
Tabela de preços
March 
1.0 Conforto: R$ 38.790
1.0 S: R$ 41.690
1.0 SV: R$ 44.690
1.6 S: R$ 46.190
1.6 SV: R$ 49.290
1.6 SV CVT: R$ 54.090
1.6 SL: R$ 53.590
1.6 SL CVT: R$ 58.390
Versa
1.0 Conforto: R$ 44.690
1.0 S: R$ 47.990
1.6 S: R$ 50.690
1.6 SV: R$ 53.190
1.6 SV CVT: R$ 57.990
1.6 SL: R$ 59.890
1.6 SL CVT: R$ 64.690
1.6 Unique CVT: R$ 66.290
Os modelos contam com 3 anos de garantia, 2 anos de assistência 24 horas e um dos menores custos de manutenção do segmento – R$ 2344 para realizar todas as revisões até os 60 mil quilômetros, com intervalos de 10 mil km ou 12 meses. 
Para o March, as cores disponíveis são: Preto Premium, Vermelho Alert, Branco Aspen (sólidas), Prata Classic, Cinza Magnetic (metálicas), Azul Pacific e Branco Diamond (perolizadas), enquanto o Versa dispõe das tonalidades Branco Aspen (sólida), Prata Classic, Preto Premium, Cinza Titanium, Cinza Magnum e Vermelho Malbec (metálicas).
Se esta galeria de fotos dos Nissan Versa e March estiver apreciável, então o frio de SP valeu a pena!

Ao volante: Nissan Sentra 2017 empolga com conjunto de qualidades

Fotos, vídeo e redação | Júlio Max, de Guarulhos (SP)
Viagem à convite da Nissan

Há poucos anos, os carros da Nissan até já tinham boa reputação mecânica, mas o visual insosso espantava potenciais clientes. Quem não se lembra da fase “tiozão” do Sentra? Agora, a montadora japonesa com fábricas estabelecidas em Resende (RJ) e São José dos Pinhais (PR) investe forte em seu representante no segmento de sedans médios – o qual esteve entre os três mais vendidos durante 2015 e nos quatro primeiros meses de 2016 – e apresenta o Sentra 2017, que se antecipa aos rivais (chegando às concessionárias a partir desta semana), alinha-se ao modelo oferecido no mercado norte-americano e complementa sua lista de equipamentos em todas as versões.

Ao lado do modelo anterior, apresentada nos idos de 2013 (à direita na foto acima), ficam evidentes as mudanças. A frente é toda nova e segue a filosofia de design aplicada aos sedans Altima e Maxima nos Estados Unidos. Os faróis trazem recorte mais ousado e, na versão SL, luzes diurnas de LED. O capô traz novos vincos e a grade está mais larga, com acromado em formato de V. De lado, destaque para as novas rodas em todas as versões – aro 16” com pneus 205/55 na versão S e de 17 polegadas com pneus 205/50 para SV e SL. É a traseira recebe lanternas com novo estilo interno (com LEDs em todas as versões) e para-choque mais agressivo.

Nesta nova fase, o Sentra deixa de ser oferecido com câmbio manual, uma vez que a demanda por esta transmissão neste segmento é muito baixa. Além disso, o modelo Unique também foi extinto, uma vez que a versão SL recebeu diversos itens exclusivos. São cinco as cores disponíveis para a carroceria: Preto Premium (sólida), Vermelho Malbec, Prata Classic, Cinza Grafite (metálicas) e Branco Diamond (perolizada). 

Interessante perceber que nenhuma unidade destinada à imprensa veio na cor preta – seria o temor de represálias por parte de taxistas contra o Uber…?

Internamente, a principal novidade é o volante ao estilo do esportivo 370Z, com molduras prateadas integradas. O quadro de instrumentos passa a incorporar computador de bordo com tela colorida de 5 polegadas na versão SL. Todas as versões também trazem novidades no sistema de som/multimídia, e o pomo da alavanca de câmbio foi alterado.

Foram introduzidos novos materiais fonoabsorventes de maior densidade nas portas e painel; além disso, os vidros laminados ganharam uma camada que reduz os ruídos internamente. Permanecem o acabamento bem-cuidado (painel revestido em material macio ao toque, apliques prateados e em preto-brilhante, maçanetas cromadas), a boa ergonomia e o espaço interno para cinco pessoas.

O modelo de entrada S (R$ 79.990) troca o câmbio manual de 6 marchas pelo Xtronic CVT. Esta versão traz como novidades os controles eletrônicos de estabilidade e tração (VDC, que pode ser desativado por um botão na parte inferior esquerda do painel), além de: retrovisor interno fotocromático, novo layout do sistema de som (igual a March e Versa SV, com CD/MP3 Player, entradas USB e auxiliar, Bluetooth para áudio e chamadas telefônicas, além dos comandos no volante e 4 alto-falantes), sensor de estacionamento traseiro e faróis com acendimento automático (recurso antes disponível somente para a SL).

O Sentra S também vem de série com: chave presencial I-Key com partida por botão, abertura do porta-malas e acionamento do alarme perimétrico; bancos revestidos em veludo, ar-condicionado manual, banco traseiro com encosto bipartido na proporção 60/40, fixação ISOFIX/Latch de cadeirinhas infantis, computador de bordo (com consumo médio de combustível, tempo de viagem, velocidade média, autonomia, temperatura externa, alerta de abertura das portas, quilometragem total/parcial e mensagens de alerta), apoio de braço frontal, abertura interna da tampa do tanque e do porta-malas, para-sóis com espelhos e iluminação, banco do motorista ajustável em altura, vidros elétricos com função um-toque para o motorista, retrovisores elétricos com luzes de seta em LED, faróis de neblina, porta-luvas com amortecimento e fechadura, airbags frontais, alerta sonoro de faróis acesos e chave no habitáculo, freios ABS a disco (ventilados na frente), cintos de três pontos e encosto de cabeça para todos os passageiros, pré-tensionador e limitador de carga nos cintos dianteiros, travamento automático das portas com o carro em movimento, limpador de para-brisa com 2 velocidades e controle intermitente variável, além da direção elétrica progressiva com ajuste de altura e profundidade.

Na versão SV (R$ 84.990), as novidades são as rodas aro 17”, o sistema multimídia NissanConnect com tela touchscreen de 5,3 polegadas, GPS, conectividade com smartphone e câmera de ré, itens que se somam a: ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, luzes de leitura para motorista e passageiro, controlador de velocidade de cruzeiro, revestimentos em couro (natural e sintético), apoio de braço traseiro com dois porta-copos, além de 4 alto-falantes e 2 tweeters.

As novidades para a versão SL (R$ 95.990) são: banco do motorista com ajustes elétricos (inclusive lombar), som Bose com quatro alto-falantes, dois tweeters e dois subwoofers; rodas aro 17” com acabamento diamantado e preto, computador de bordo com tela colorida, retrovisor interno com bússola e o pacote de equipamentos de segurança Safety Shield, que inclui Alerta de Ponto Cego (ao acionar a seta, luzes próximas aos retrovisores acendem caso um veículo esteja próximo), Alerta de Colisão Frontal (em caso de redução da distância programada do veículo à frente, notificações visuais e sonoras serão emitidas para evitar acidentes) e Alerta de Tráfego Cruzado Traseiro (em manobras de ré, o condutor é alertado sobre objetos em movimento na parte traseira). São exclusividades desta versão: teto solar, rebatimento elétrico dos retrovisores e 6 airbags (frontais, laterais e de cortina). Todos os modelos contam com garantia de 3 anos sem limite de quilometragem.

Os jornalistas dirigiram em dupla – porém, algum amigo-da-onça levou embora a chave de um dos Sentra, justo o carro que iria conduzir com o colega Flávio Figueredo, do Motor Mais. Dessa forma, acompanhei outras duas jornalistas no banco de trás do SL vermelho (bem acomodado, diga-se de passagem). O roteiro disponibilizado no GPS (com orientações replicadas no computador de bordo e narradora) tornou moleza a missão de chegar à Estação Luís Carlos (Sabaúna, SP). 
Em seguida, outra jornalista assumiu a direção. Chegamos ao segundo ponto da viagem, onde almoçamos: o Recanto Santa Bárbara. A Nissan montou por lá mesmo a Sala de Imprensa, mas como elas resolveram ficar por lá, e com o embarque iminente dos jornalistas para Recife, foi cedido a mim o modelo de entrada S – com o mesmo conjunto mecânico das outras versões. Ao longo da rodovia, a equipe de imagem da Nissan fez alguns registros, quando era possível emparelhar com a Frontier Attack usada como câmera-car…

A experiência, que se prolongou por aproximadamente 100 quilômetros (com a unidade da foto à direita), foi muito interessante para conhecer melhor o Sentra. Recalibrada, a direção possui ótima progressividade, tanto nas manobras de estacionamento quanto nas curvas em alta velocidade. A linha 2017 confirma sua vocação estradeira: instrumentos de fácil visualização, pedais com boa sensibilidade, ar-condicionado eficiente e desempenho interessante, aliado à tranquilidade proporcionada pelo câmbio Xtronic CVT, de relações continuamente variáveis e atuação suave.

O conjunto de suspensão – independente do tipo McPherson na frente, com barra estabilizadora na dianteira e de eixo de torção atrás, com barra estabilizadora e molas helicoidais – oferece conforto aos ocupantes nas irregularidades nas estradas nossas de cada dia. Cheguei a 12,6 km/l no percurso predominantemente rodoviário – nada mau para um sedan de médio porte e 1327 quilos.

O motor 2.0 16 válvulas (identificado pelo código MR20DE), com controle de abertura das válvulas continuamente variável, dispensa o reservatório de gasolina para partida a frio graças ao sistema Flex Start, rendendo 140 cavalos a 5100 rpm e torque de 20,0 kgfm a 4800 rpm, tanto com etanol como com gasolina.
Com grau de abertura das portas próximo a 90 graus e distância entre-eixos de 2,70 metros, pessoas com mais de 1,80 metro de altura (como eu) entram, ficam e saem facilmente. Além disso, o porta-malas oferece capacidade de 503 litros – maior que Corolla, Civic e Cruze, para citar os principais rivais – podendo ser ampliado ao baixar parte ou todo o banco traseiro, além de ter destravamento anti-sequestro. E, ainda que os preços tenham sido elevados, a lista de equipamentos, o custo contido nas revisões (feitas de 10 mil em 10 mil km) e o visual atualizado compensam a compra em relação aos modelos 2016 que ainda podem ser encontrados em algumas regiões. Desta forma, o Sentra permanece como opção competitiva e à altura dos novos rivais.

Nissan March e Versa linha 2017: confira as novidades e preços

A partir de junho, as concessionárias Nissan iniciam a comercialização dos nacionalizados March e Versa com novidades para o ano-modelo 2017, consistindo na inclusão de equipamentos de série em algumas versões e racionalização da gama oferecida. Hoje, tivemos acesso a um documento encaminhado às autorizadas que antecipa boa parte destas novidades (inclusive os preços sugeridos), exceto o câmbio CVT, que será oferecido para a dupla também no próximo mês.

O modelo de entrada do March é o 1.0 Conforto, que vem de fábrica com ar-condicionado, conta-giros, computador de bordo (com autonomia, distância percorrida e consumo médio), rodas de aço 14” com calotas, banco do motorista com ajuste de altura, direção elétrica progressiva, coluna de direção com regulagem de altura, airbags frontais, limpador/desembaçador traseiro e freios ABS com controle eletrônico de frenagem (EBD) e assistência de frenagem (BA). Seu preço é de R$ 38.790.

O March 1.0 S (R$ 41.690) complementa a lista com travas elétricas das portas, chave com comando de abertura e travamento das portas, quatro vidros elétricos (com função um-toque para baixo, para o motorista) e capas dos retrovisores externos na cor da carroceria. Assim, esta versão incorpora itens do “Pack Plus” criado no fim de 2015, e que portanto deixa de existir.

Modelo intermediário, o 1.0 SV (R$ 44.690) traz rodas de liga leve de 15 polegadas, sistema de som com CD/MP3 Player, comandos de áudio e telefone no volante, aerofólio com brake light integrado e faróis de neblina, mantendo o pacote de equipamentos.

A versão 1.6 S traz o mesmo pacote de equipamentos do modelo 1.0 homônimo e custa R$ 46.190, enquanto o March 1.6 SV será comercializado por R$ 49.290. E o modelo 1.6 SL, que traz diferenciais como ar-condicionado automático digital, rodas de liga leve aro 16”, alarme perimétrico, maçanetas cromadas, revestimento dos bancos em tecido e veludo, máscara negra nos faróis e lanternas, além da central Multi-App com display multi-toque colorido de 6.2 polegadas, GPS, CD e DVD Player, Bluetooth, aplicativos Android e câmera de ré, sai por R$ 53.590 – antes, o sistema multimídia era comercializado à parte, com o Pack Colors.

No Nissan Versa, houve modificações mais perceptíveis. A versão 1.0 de entrada, que não tinha nomenclatura, passa a se chamar Conforto. Outra novidade é que esta versão passa a ter vidros elétricos traseiros, em complemento a itens como ar-condicionado, direção elétrica progressiva, rodas de aço aro 15” com calotas, retrovisores elétricos, maçanetas e capas dos retrovisores externos na cor da carroceria, regulagem de altura do banco do motorista e do volante, airbags frontais e freios ABS com Brake Assist, ao preço de R$ 44.690.

O Versa 1.0 S também passa a ter vidros traseiros elétricos, além de rodas de liga leve de 15 polegadas, rádio/CD/MP3 Player com entrada USB e para iPod, Bluetooth, 4 alto-falantes e comandos de som incorporados ao volante, custando R$ 47.990.

A versão 1.6 S traz os itens do modelo 1.0 Conforto, acrescidos de quadro de instrumentos com ajuste da intensidade do brilho, maçanetas internas cromadas, CD Player (mesmo sistema do modelo 1.0 S) e, agora, vidros elétricos nas quatro portas com função um-toque para baixo para o motorista. Por R$ 50.690.
Na versão 1.6 SV, a boa nova é a inclusão de fixação ISOFIX para cadeirinhas infantis, antes disponível apenas no extinto Pack Plus. Com revestimento dos bancos em camurça, banco traseiro rebatível, acabamento prateado na manopla do câmbio, moldura cromada nas janelas, revestimento das portas em tecido, rodas de liga leve de 15 polegadas e cintos de segurança traseiros laterais e central retráteis, seu preço é de R$ 53.190.

Por fim, a versão Unique deixa de existir e seu herdeiro SL herdou o pacote completo de equipamentos, que contempla revestimentos em couro, ar-condicionado automático digital, maçanetas externas cromadas, retrovisores externos rebatíveis com luzes de seta integradas, rodas de liga leve de 16 polegadas, limpador de para-brisa com controle intermitente ajustável, além do sistema multimídia Multi-App, com tela de 6,2 polegadas, CD/DVD Player, Bluetooth, aplicativos Android, GPS e câmera de ré, pelo preço de R$ 59.890.

Nissan Kicks: os detalhes do SUV dos Jogos Olímpicos no Rio

Fotos e redação de Júlio Max, do Rio de Janeiro (RJ)
Viagem à convite da Nissan

Com a ousadia de se intrometer em um segmento que reúne modelos como HR-V, Renegade e EcoSport, a Nissan apresenta em grande estilo o Kicks, que será comercializado a partir de agosto e será o carro oficial das Olimpíadas Rio 2016. Inicialmente importado de Aguascalientes (México), o novo modelo será fabricado em Resende (RJ) a partir de janeiro de 2017. A apresentação do utilitário aos jornalistas ocorreu hoje na capital fluminense, mas de fato o modelo chega às concessionárias apenas em 5 de agosto.

Externamente, o Kicks possui boas inspirações no carro-conceito homônimo apresentado há dois anos no Salão de São Paulo. Entre os destaques visuais, estão: teto bicolor, que causa um interessante contraste com a cor predominante da carroceria (recurso também adotado no March Rio 2016), grade superior envolta em um cromado no formato de V (traço característico dos Nissan mais recentes), faróis e lanternas que se estendem pelos para-lamas, além das rodas diamantadas de 17 polegadas (com pneus de perfil 205/55). A distância em relação ao solo é de 20 centímetros.

Por dentro, o Kicks também surpreende, com seu painel que pouco lembra os irmãos de plataforma March e Versa. A ousadia da cor laranja invadiu também o painel e os apoios das portas, revestidos em couro de boa maciez. O volante é novo e lembra os carros-conceito da marca, trazendo comandos de som, telefone e computador de bordo. Os comandos dos vidros elétricos são comuns ao Sentra, mas o quadro de instrumentos traz uma grande tela colorida que assume tanto a função de conta-giros quanto a de computador de bordo.

O sistema multimídia com tela sensível ao toque de 7 polegadas se destaca pelo Around View Monitor, que utiliza quatro câmeras (uma no logotipo frontal da Nissan, outro abaixo da régua da placa traseira, e mais duas na parte inferior dos retrovisores) para oferecer uma visão de 360 graus, recurso útil para manobras em vagas apertadas, e que opera em conjunto com o Moving Object Detection, que alerta sobre movimentações em torno do carro. Na versão SL, o ar-condicionado é digital e a partida é feita por botão.

O Kicks promete se destacar no quesito segurança: oferece airbags frontais, laterais e do tipo cortina, além de fixação ISOFIX para cadeirinhas infantis e controle eletrônico de estabilidade.

Em termos de espaço interno, o novo Nissan acomoda bem os ocupantes na dianteira e traseira; já o porta-malas pode ser ampliado com o rebatimento parcial ou total do encosto do banco do passageiro.

A Nissan ainda faz mistério sobre o motor do Kicks, mas é certo que estará disponível o câmbio do tipo Xtronic CVT, de relações continuamente variáveis, e que também estará disponível para March e Versa com o motor 1.6 16 válvulas de 111 cavalos a partir de junho. Preços e versões serão revelados apenas daqui a alguns meses.

O Kicks possui 4,295 metros de comprimento, 1,76 m de largura, altura de 1,59 metro e distância entre-eixos de 2,61 m.

Galeria de fotos oficiais do Nissan Kicks SL

Avaliação completa: a bravura do Fiat Toro Freedom Diesel

Fotos, vídeo e edição | Júlio Max
Colaborador | Francisco Santos

Se você, como nós, acompanha o mercado automotivo há muitos anos, certamente tem na memória algumas manchetes de revistas anunciando a picape média que a Fiat estaria preparando para o mercado brasileiro. Em 2003, a especulação da Motor Show, com a fusão da montadora com a General Motors, era de uma espécie de S10 com frente de Stilo (Nossa Senhora…), já em 2007 as apostas se voltaram para uma versão abrasileirada da Tata Xenon, conforme anunciado pela Auto Esporte à época. Fato é que a fusão Fiat-Chrysler possibilitou, finalmente, a produção de sua picape média, que por sinal chegou fazendo sucesso no Brasil: é o Toro. Aliás, “o” ou “a” Toro? A princípio trata-se de uma picape, mas iremos (tentar) utilizar na matéria a “ideologia de gênero” da Fiat, de classificar o modelo no masculino, tanto em referência ao animal bovino quanto por, na visão de seus executivos, pertencer à categoria SUP (Sport Utility Pick-Up).

O Toro é inspirado no carro-conceito FCC4 apresentado no último Salão de São Paulo. Se o conceito apresentava volumes disformes e devaneios estilísticos, o modelo de produção é bem mais atraente e chama atenção pelas ruas, não apenas pelo fator novidade, como pela robustez que emana em suas linhas – a começar pela frente, com o conjunto ótico separado: luzes diurnas de LED e piscas estão integrados à barra cromada, enquanto os faróis baixos e altos ficam juntos à grade (que nesta versão possui aplique preto-brilhante e frisos cromados), sem falar nas luzes de neblina do tipo “cornering” (em baixas velocidades, acende no sentido apontado pelo volante para melhorar a visibilidade).

As bonitas rodas de 17 polegadas, calçadas com pneus 225/65 de uso misto, valorizam a vista lateral – e os retrovisores rebatíveis eletricamente contam com luzes de seta e as “welcome lights”, que iluminam o solo ao abrir as portas dianteiras – requinte de SUV importado… As janelas traseiras baixam totalmente, e o rack traseiro atua como aerofólio, trazendo embutidas as luzes da caçamba e o brake-light – ambos, paradoxalmente, são itens opcionais. O Toro é marcado pela linha de cintura ascendente, como se nota pelos vincos e pela linha dos vidros laterais.

Vista de traseira, sobressaem-se as lanternas fora do padrão trapezoidal que ainda impera nas picapes – elas trazem molduras iluminadas por LEDs e uma interessante trama de triângulos na lente do pisca-alerta. A maçaneta preta, com as letras “FIAT” cromadas, faz a união visual entre as duas portas, que são simétricas em tamanho. E há a soleira cromada, bem na base das aberturas da caçamba.

Poucos perceberiam, mas as luzes de neblina e de ré são as mesmas do Punto feito no Brasil entre 2007 e 2012. Outro detalhe relativamente incomum é que bocal do tanque do combustível e saída de escape ficam do mesmo lado, à direita.

No interior, a Fiat realizou extensos trabalhos para diferenciar o Toro do Renegade, a começar pelo estilo do volante (regulável em altura e profundidade, com o recurso Flexible Venting Techonology, que faz com que o furo de alívio de pressão do airbag aumente a vazão do ar, a depender da absorção do impacto e do perfil físico do motorista), passando pelos apoios de porta mais proeminentes, pelas saídas de ar verticalizadas e pela adoção de texturas e tonalidades exclusivas. 
Foi embora o agradável acabamento emborrachado do painel, as portas traseiras não trazem revestimentos, mas os detalhes em preto-brilhante valorizam as formas retangulares das saídas de ar-condicionado (que opcionalmente é de duas zonas de temperatura, com regulagem automática ou manual de 16 a 32 graus, de meio em meio grau – e a eficiência do aparelho foi atestada no calor de Teresina, onde o medidor de temperatura externa chegou a acusar 39º C!).

Para quem já andou em um Renegade, o quadro de instrumentos parecerá bem familiar – mas no Toro, os grafismos e caracteres são exclusivos. Informativo, o quadro possui fácil leitura e, na versão Freedom, a tela monocromática exibe múltiplos dados: velocímetro digital, autonomia, consumo/distância percorrida, pressão dos pneus (funcionalidade conjugada aos 7 airbags), horímetro do motor, temperatura do óleo do motor, quilometragem restante para a revisão (de 20 000 em 20 000 kms), tensão da bateria, informações de áudio e indicação de portas abertas.
No volante (revestido em couro), os botões no raio esquerdo fazem a navegação pelo computador de bordo, enquanto na parte direita é possível ajustar o controlador automático de velocidade. Há ainda botões atrás dos raios: à esquerda, mudam-se as estações ou faixas musicais, e à direita, ajusta-se o volume do som.
O sistema multimídia Uconnect com tela sensível ao toque de 5 polegadas traz como principal (e útil) novidade o alerta sonoro de limite de velocidade no GPS. As demais funções e interface são as mesmas do Fiat Bravo Blackmotion que avaliamos em agosto de 2015: rádio, Bluetooth com streaming de áudio, chamadas telefônicas, acesso à agenda telefônica, leitura de mensagens SMS, indicador de rede e nível de bateria do celular, duas entradas USB (uma no porta-copos central e outra no fim do console traseiro), entrada auxiliar e duas tomadas de 12 Volts próximas às entradas USB. São quatro alto-falantes nas portas e dois na parte superior do painel, e a qualidade do som é apreciável

Ah, e a câmera de ré também é rigorosamente igual à do Renegade: posicionada no canto esquerdo da maçaneta traseira, traz as linhas de guia – uma ajuda fundamental para prever o direcionamento do veículo em vagas apertadas. Os bipes do sensor de estacionamento, aliados aos gráficos exibidos no quadro de instrumentos, também dão uma força. Apesar do modelo avaliado trazer retrovisores elétricos com rebatimento ao travar as portas (ou pelo botão próximo aos comandos de ajustes), nesta unidade não estava operante a função tilt-down (apontar o espelho para baixo) ao engatar a ré. E o sensor de estacionamento frontal também seria muito bem-vindo.
A cabine possui espaço satisfatório para cabeças, joelhos, ombros e pernas de quatro adultos e uma criança, que contam com porta-latas e guarda-níqueis nas portas, apoio de braço central regulável com porta-objetos com pequenas saídas de refrigeração (independente do ar-condicionado), nicho sem tampa diante do passageiro frontal, porta-revistas atrás dos bancos dianteiros, porta-copo próximo à alavanca de câmbio e descanso de braço traseiro com porta-objetos e dois porta-copos embutidos. O mais legal de todos é o compartimento escondido no banco do passageiro: puxa-se uma tira de tecido e, voilà, temos um porta-objetos bem menos óbvio que o porta-luvas. Mas só o “velho” compartimento possui iluminação e tampa amortecida.
Quem disse que o Toro não conta com easter-eggs? De cara é possível perceber a frase “To New Adventures” grafada junto ao miolo do tambor de ignição, como no Renegade. Mas o interessante é ver, no canto direito da área do airbag para os joelhos, o logotipo do touro!
A chave-canivete do Toro Freedom tem corpo diferenciado em relação aos outros Fiat. O botão com o logotipo da marca italiana trava as portas, enquanto o botão de destravar, quando pressionado por alguns segundos, baixa os vidros por completo (quem não tem partida remota se vira como pode…). Há ainda o botão de destravamento apenas da caçamba e o que aciona o pisca-alerta, podendo ser útil para localizar o carro quando se estaciona em locais mal-iluminados.
Já o retrovisor interno é do tipo eletrocrômico com botão para escurecimento do espelho; atrás dele localizam-se os sensores de chuva e crepuscular, que funcionaram com boa acurácia sempre que demandados.
O Toro avaliado também conta com para-sóis iluminados com espelhos, banco do motorista com ajuste de altura manual, alças dianteiras fixas nas colunas e alças de teto traseiras com gancho para cabine e iluminação, faróis e lanterna de neblina, graduação do brilho dos comandos, alavanca de seta com acionamento das luzes por 5 vezes com um leve toque na direção indicada, apoio de pé para o motorista, follow me home (faróis permanecem acesos momentos após a chave ser retirada da ignição), limpador do para-brisa com intermitência, duas luzes de leitura dianteiras com temporizador e vidros elétricos um-toque nas quatro portas, com recurso anti-esmagamento para o motorista e travamento das janelas traseiras.
Picape com teto solar elétrico é coisa rara no Brasil, mas a Fiat faz questão de disponibilizar o item tanto para a Strada quanto para o Toro. Diferentemente do Renegade com os painéis envidraçados, os passageiros de trás não veem o céu, mas o forro manual cumpre bem o papel de filtrar os raios solares e a operação elétrica do teto ocorreu normalmente.
Tudo bem, mas o fundamental de uma picape não é a caçamba? Pois bem: no caso do Toro, a proteção plástica é de série, mas a capota marítima é opcional, contando com dois drenos para a água da chuva sair pelos dutos. Numa chuva, evidentemente, vai haver infiltração de água pelas frestas da capa marítima (só uma tampa de fibra faria a vedação completa), mas nada preocupante – diferentemente dos evidentes riscos nos plásticos, em uma unidade com menos de 6 mil quilômetros no hodômetro… 
Um botão oval destrava a parte esquerda, enquanto a porta direita é aberta empurrando uma alavanca para baixo. A tampa bipartida facilita a operação de carga e descarga – a capacidade é de 1 tonelada com motor diesel e 820 litros de volume, um latifúndio perto dos 260 litros do Renegade…
O Toro não reclamou quando fizemos o carreto da vida real, com uma máquina de lavar e pertences de uma família de 3 pessoas – algo que seria impossível em qualquer um dos carros de passeio disponíveis em nossa garagem. Os ganchos laterais permitiram amarrar facilmente a lavadora. Além disso, fizemos compras para uma semana – as sacolas vieram à sorte do movimento da carroceria, como num carro normal – e todos os produtos vieram sãos e salvos para casa. Mas recomendamos a compra de uma caixa organizadora para o uso diário. É possível, ainda, rebater o encosto do banco traseiro para transporte de cargas maiores dentro da cabine, além de rebocar trailers de até 400 quilos.
Na mecânica, o Toro traz como diferencial frente ao Renegade a possibilidade de levar a versão 2.0 Turbodiesel com tração dianteira e câmbio manual de 6 marchas (no Jeep, o motor diesel está atrelado à tração 4×4 e à transmissão automática de 9 velocidades). A Fiat recomenda apenas o diesel S-10, sob pena do maior teor de enxofre acabar estragando o sistema de exaustão.

Com injeção direta de combustível, 1956 centímetros cúbicos, quatro cilindros e 16 válvulas, o motor rende 170 cavalos a 3750 rpm e torque de 35,7 kgfm já a 1750 rpm. Por ser menos pesada, trata-se da versão mais ágil: segundo a Fiat, acelera de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos e atinge a velocidade máxima de 190 km/h – números que surpreendem para um modelo de 1776 quilos.
Ao volante, o Toro é quase tão fácil de dirigir quanto o Renegade, com sua direção levinha (dá para girar com um dedo em baixas velocidades), boa ergonomia e posição do condutor, visibilidade favorecida com os retrovisores amplos e, de forma involuntária, a ausência de grade (e filetes de desembaçador) no vidro traseiro. 
Os 4,91 metros de comprimento serão sentidos ao por a picape em lugares mais apertados, já que o raio de giro é de 12,2 metros, ante 10,8 m do Jeep – e isso faz pensar que os proprietários de Dodge RAM que a usam no cotidiano são verdadeiros guerreiros… Mas, com câmbio manual, o pecado é a tendência ao motor morrer na primeira marcha, condição em que é preciso manter o pé na embreagem (assim como ao dar a partida) e acelerar um tanto mais para deslocar seu corpanzil. Esta característica foi relatada por 3 motoristas durante nossa avaliação. Embalado, o Toro mostra agilidade brava, já que o torque está disponível em 1750 giros por minuto.
O Toro também é levemente mais duro que o Renegade – afinal, o conjunto de suspensão foi previsto para rodar vazia ou com 1000 quilos na caçamba. Mas foi preservado o tradicional padrão Fiat de maciez ao rodar em pisos irregulares, sem aqueles exagerados sacolejos das picapes construídas sobre chassi, o que é um alívio para os passageiros traseiros. E os 20,6 centímetros de vão-livre em relação ao solo facilitam a transposição em terrenos acidentados.
Apesar do comportamento temperamental na partida, o câmbio tem engates bem “nítidos”, e a opção pelas 6 velocidades (ante 5 do Renegade Flex manual) permite explorar melhor a força do motor. Infelizmente, pela versão manual não estar disponível como carro de test-drive, não pudemos conferir se este mal é reservado à “nossa” unidade ou é congênito. Mas há uma facilidade no freio de mão: apesar de ser mecânico, ele é mais compacto que o comum e conserva o Hill-Holder, que mantém o carro parado por 2 segundos em aclives, evitando que o Fiat desça involuntariamente.

Já em termos de consumo, o Toro Freedom não foi tão brilhante quanto o Renegade Trailhawk, uma vez que o peso maior e a aerodinâmica menos favorável jogam contra a economia de combustível. Em nossos trajetos predominantemente urbanos, a picape registrou entre 7,2 e 8,7 km/l (sempre com a capota marítima fechada), enquanto o Programa de Etiquetagem Veicular 2016 do Inmetro certifica, para esta versão, médias de 10,8 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada – as melhores marcas entre as versões da picape. Todavia, o tanque de combustível comporta 60 litros e não nos obrigou a reabastecer (o bolso do jornalista que recebeu salário atrasado agradece…).
Quando o assunto é segurança, o Toro traz recursos ainda raros entre as picapes: airbags frontais (com desativação para o passageiro via computador de bordo), laterais dianteiros, de cortina e para os joelhos do motorista (totalizando 7 bolsas), dois pontos de fixação de cadeirinhas infantis (ISOFIX), cintos de três pontos e apoios de cabela ajustáveis em altura para os 5 ocupantes, controles eletrônicos de estabilidade e tração (nas rodas dianteiras), cintos dianteiros com ajuste de altura, travamento das portas a 20 km/h, além do alarme com botão de ativação volumétrica e dos freios ABS com distribuição eletrônica da força de frenagem (a disco ventilado na dianteira e a tambor atrás).

E se furar um pneu? Bom, o estepe fica preso à parte inferior da caçamba, o macaco fica coberto por uma peça plástica quase aos pés do motorista, e a bolsa de ferramentas fica guardada em uma proteção de carpete atrás do banco do condutor.

O Toro Freedom diesel básico custa convidativos R$ 95 500, mas para deixá-lo rigorosamente igual ao modelo que avaliamos, é preciso incluir: kit Safety (R$ 3608, inclui airbag para os joelhos do motorista, side bags nos bancos dianteiros, window bags e TPMS, o sensor de pressão dos pneus), teto solar elétrico (R$ 3721), kit Techno 2 (por R$ 4572, inclui o sistema multimídia Uconnect com tela touchscreen de 5 polegadas, comandos de voz, Bluetooth com streaming de áudio, entrada USB e porta auxiliar, além de rádio e MP3 Player), kit Pleasure 2 (ao preço de R$ 1702, inclui a entrada USB e a tomada 12 Volts na parte traseira, alarme, apoios de braço dianteiro e traseiro, brake-light, iluminação da caçamba, filetes cromados na grade, maçanetas e capas dos retrovisores na cor da carroceria, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, retrovisor interno eletrocrômico, iluminação nos para-sóis e o compartimento “secreto” no banco do passageiro), kit Pleasure 1 (por R$ 2019, inclui capota marítima, faróis de neblina, retrovisores elétricos com rebatimento, memória de posição, tilt down ao engatar a ré e luzes de cortesia), rodas aro 17” com pneus 225/65 (R$ 2122) e bancos revestidos em couro, por R$ 2122 (dispensaríamos com força, a menos que alterações climáticas amenizem o clima de Teresina, o que é bem pouco provável).

Apenas as barras longitudinais de teto (R$ 425) não são compatíveis com o teto solar. Assim, o “nosso” Toro custa R$ 115 366. Em relação à versão Volcano, externamente a picape mais completa traz retrovisores pintados em preto-brilhante, além de frisos das portas e maçanetas cromadas. Na lista de itens, o Toro Volcano oferece partida remota do motor (com acionamento do ar-condicionado), banco do motorista com ajustes elétricos, quadro de instrumentos com tela colorida de 7 polegadas, plásticos em tonalidades mais claras e controlador da velocidade em descidas.

Veredicto: O sucesso logrado pelo Fiat Toro no concorrido mercado de picapes não é mera sorte de principiante, uma vez que a picape agrega visual futurista e robusto, aliado à praticidade e a lista de equipamentos típica do Renegade em uma embalagem que privilegia espaço para passageiros e bagagem, conciliando ainda a liberdade do câmbio manual à disposição do motor 2.0 Turbodiesel. Tudo isso com um bom custo-benefício, em que pese a escalada de preços das picapes médias-grandes e a respectiva “gourmetização” das versões completas. E aos executivos da Renault, fica o aviso: que tal rechear a Oroch e por o motor a diesel do Master, para termos uma rival à altura do Toro? Enquanto isso, o Toro deverá seguir soberano no mercado…
Boletim comentado do Fiat Toro Freedom


Design_ 9,5
Básico, o Toro Freedom é naturalista, com plásticos sem pintura e rodas de ferro… Mas adicionando os kits Pleasure 1 e 2, além das rodas de 17 polegadas, esta versão fica praticamente tão charmosa quanto a versão topo-de-linha Volcano. Sim, o estilo é propositalmente feito para causar divergências, mas nossos convidados que conheceram o Toro aprovaram as linhas com espírito jovial e agressivo. E mais que isso: alguns tiveram vontade real de adquiri-lo, mesmo não sendo o típico público de picapes médias.

Espaço interno_ 9,0
O acréscimo de 68,3 centímetros no comprimento e substanciais 42 centímetros na distância entre-eixos não tornaram o Toro uma limusine em relação ao Renegade, já que grande parte deste espaço foi destinado à caçamba – mas a amplitude interna permite, mesmos aos motoristas mais altos e gordos (gordos mesmo, nada de eufemismo aqui), uma posição confortável ao dirigir ou mesmo de se acomodar no banco de trás. Aliás, os passageiros traseiros se sentam em uma posição mais elevada em relação aos dianteiros. Só mesmo o ocupante do meio do banco de trás pode se incomodar um pouco com o espaço para pernas e o ressalto da alça do descanso de braço, mas nada que o faça descer do carro… Já a caçamba é preparada para levar diversos tipos de carga, ainda que o comprimento do habitáculo não permita levar uma moto (neste caso é preciso comprar o extensor de caçamba, acessório oferecido nas concessionárias).

Conforto_ 8,75
Por ser derivada de parte da plataforma Small-Wide do Renegade (e do Fiat 500X), o Toro entrega nível de bem-estar mais próximo dos utilitários do que das picapes feitas sobre chassi. Os bancos apoiam bem o corpo, embora os encostos de cabeça sejam duros, por questões de segurança, e os comandos dos retrovisores fiquem escondidos entre a porta e sua moldura. A “habitalidade” para os passageiros de trás também foi lembrada, uma vez que só na picape da Fiat há opção de entrada USB, tomada 12 Volts e apoio de braço central. E os ouvidos são poupados de ruídos incômodos com o bom pacote de isolamento acústico.

Acabamento_ 8,75
A título de curiosidade, esta unidade do Toro é uma pré-série feita em 2015, utilizada pelos jornalistas que compareceram ao lançamento oficial da picape em Campinas, SP (até o roteiro do percurso estava colado à bolsa com os manuais de proprietário). Ainda assim, os encaixes e materiais utilizados são praticamente os das unidades que se encontram nas concessionárias, com texturas uniformes, poucas rebarbas e parafusos cobertos. Alguns dos porta-objetos possuem fundo emborrachado, o teto é revestido em tecido de boa maciez e as áreas de contato (volante, alavanca de câmbio, bancos) apresentam boa aparência.

Equipamentos_ 9,0
Um dos grandes atrativos do Toro está na lista de itens de série e opcionais oferecidos, que a aproxima dos sedans médios: ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, central multimídia com câmera de ré, ajuste de altura e profundidade do volante, teto solar elétrico e protetor de caçamba são equipamentos ainda raros – em alguns casos, indisponíveis – na categoria de picapes média-grande. Eis uma boa vantagem de ser irmã de projeto do Jeep Renegade…

Desempenho_ 9,0
Uma vez embalada, o Toro vai bem nas acelerações e retomadas, proporcionando uma agilidade até incomum a uma picape, já que estamos tratando de um conjunto mecânico que dispõe de boa força. O conjunto de suspensão – McPherson na dianteira e Multilink na traseira (independentes) com amortecedores hidráulicos e telescópicos, além de molas helicoidais progressivas em relação à carga na traseira – faz com que a picape da Fiat faça curvas de forma satisfatória e, ao mesmo tempo, transporte cargas sem problemas.

Segurança_ 9,5
É preciso atentar que uma picape, com seu centro de gravidade mais alto, a tocada precisa ser mais cautelosa. Ainda assim, o Toro dispõe de diversos equipamentos de proteção desde a versão mais básica: airbags frontais (com desativação para o passageiro, caso se leve uma criança no banco da frente), travamento das portas traseiras através de botões disponíveis para motorista e carona da frente, freios ABS, controles de tração e de estabilidade… O extintor de incêndio foi eliminado com a recente decisão da não-obrigatoriedade de seu uso; abaixo do banco do motorista estão o macaco e o kit de ferramentas (chave de roda, parafusos, chave de fenda, etc). Agora é torcer para que o Latin NCAP realize os crash-tests com o modelo o mais rápido possível…

Consumo_ 7,5
Na teoria, o gasto com combustível de um modelo com tração dianteira e câmbio manual seria menor em relação a um 4×4 automático, certo? Mas o Toro não chegou perto das médias obtidas pelo Renegade Trailhawk em nossa avaliação: mesmo na cidade os 7,2/8,8 km/l passaram longe da média mínima de 10,0 km/l do Jeep. Evidentemente há diferenças significativas de peso e aerodinâmica, porém a tendência das picapes médias-grandes em geral é de obter médias melhores de consumo com diesel.

Custo-benefício_ 9,5
Pondere que, pelo valor do Fiat Toro Freedom, as únicas opções de picapes movidas a diesel compráveis seriam usadas com alguns anos de trabalho nas costas – a opção zero-quilômetro mais equiparada é a SsangYong Actyon Sports, que dispõe de poucas concessionárias disponíveis no Brasil, potência inferior (155 cv) e menos equipamentos, além de futuro incerto em nosso País. A picape Fiat acaba tendo o Jeep Renegade como maior rival no pensamento “qual carro devo comprar?”. Baseado-se em experiências com ambos, preferiríamos o Renegade, mais prático e confortável – porém, a oferta de espaço no porta-malas é uma falta incontornável que é sanada pela Toro, que ainda acena com design bem mais futurista e, claro, com os atributos de quem prefere uma picape para usar na cidade ou no campo: praticidade na caçamba, bom desempenho com o motor 2.0 Turbodiesel e ampla oferta de equipamentos para o dia-a-dia.

Nota Final = 9,1

As notas são atribuídas considerando a categoria do carro analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes, além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Critérios – Design = aspecto externo. Espaço interno = amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros) e bagagem. Conforto = suspensão, nível de ruído, posição de dirigir, comodidades. Acabamento = atenção aos detalhes internos. Equipamentos = itens de tecnologia e conforto, sejam de série ou opcionais. Desempenho = aceleração, velocidade máxima, retomada, handling e outros fatores. Segurança = itens de proteção ativa e passiva. Consumo = combustível gasto e autonomia. Custo-benefício = relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.

Agradecimentos | Assessoria de imprensa da Fiat-Chrysler

Álbum de recordações do Fiat Toro Freedom 4×2 Diesel Manual!

Nutz Day: estreia de documentário reúne centenas de clássicos

Fotos | Rafael Susae
Texto | Júlio Max
 
O dia 2 de abril marcou o lançamento do documentário Nutz no Box 54 no distrito industrial de Araçariguama (SP), reunindo centenas de automóveis, motos, itens clássicos, food trucks, serviço de “Driving Experience”, em um ambiente de deixar qualquer amante de automóveis de queixo caído! Nutz, dirigido por Dino Dragone, será exibido de forma itinerante por várias localidades do Brasil. 
“Nutz não é um filme sobre carros. É muito mais. É um tratado meticuloso baseado na maior paixão de todos que trazem, desculpem o termo batido, ferrugem no sangue. O tema de Nutz poderia ser matéria prima de complicadíssimos estudos na área da psicologia. As manifestações podem ser as mais diversas. Os sintomas os mais variados. Cada caso é um caso. Uma loucura. Freud não explica. Esqueça. Para tentar entender o que passa na mente destes fanáticos apaixonados por seus objetos de desejo, a Classicos Caslini, a Firma Filmes e a 13P passaram de 2012 a 2014 na estrada registrando histórias inacreditáveis de personagens únicos. Um deles poderia ser seu marido, sua namorada, seu tio… Enfim, isso é Nutz!”
Com tamanha diversidade de modelos, cada qual com sua história particular, infelizmente teremos que nos limitar a apresentar nesta postagem as imagens do evento, registradas por Rafael Susae. O Box 54 concentrou de Ford Modelo T a Rolls-Royce Corniche, passando por Bel-Air, Corvette, Ranchero, Romi-Isetta… E do lado de fora, a diversidade também era enorme: Ford Landau, Mustang e Maverick, Dodge Dart, Chevrolet Opala, Amazona e Impala, Porsche 911, Fiat 147, Volkswagen Fusca e Karmann-Ghia… Se você gosta muito de carros antigos, recomendamos fortemente dar uma olhada nas fotos: