Honda acusa Takata de manipular relatórios sobre testes de airbag

iG São Paulo

Investigação feita pela Honda encontrou manipulação nos relatórios fornecidos pela Takata sobre desempenho dos airbags em testes

Honda descobriu que a Takata estava omitindo informações em seus relatórios, para melhorar a média de segurança nos testes

Honda descobriu que a Takata estava omitindo informações em seus relatórios, para melhorar a média de segurança nos testes

Foto: Divulgação

Após a primeira leva de recalls dos airbags da Takata em 2014, a Honda iniciou uma investigação sobre as bolsas infláveis fornecidos pela marca. O resultado foi a descoberta de um esquema de manipulação dos resultados de testes feitos pela própria Takata, escondendo alguns dados para reduzir a variação destes resultados, entregando um relatório mais curto e com valores mais otimistas.

A audição foi feita por Brian O’Neill, ex-presidente da ONG Insurance Institute for Highway Safety (IIHS). Em entrevista para o site Automotive News, O’Neill afirmou que a Takata escondida alguns resultados para melhorar a média. O relatório entregue à Honda era muito mais curto do que a versão original, omitindo vários testes. Enquanto isso, a Honda anunciava um recall de 21 milhões de veículos no mundo todo por causa dos airbags.

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O resultado da audição será crucial para a Honda, que considera a ideia de fazer um novo recall de mais veículos que utilizam as bolsas infláveis da Takata. A investigação ainda não acabou e pode levar mais dois ou três meses, e envolve apenas os veículos nos Estados Unidos. Um porta-voz da marca automotiva anunciou que nenhum carro novo da Honda ou Acura será equipado com os airbags da Takata.

Não é só a Honda quem teve resultados manipulados. Durante o julgamento do processo movido por Patricia Mincey, engenheiros da Takata declararam que haviam alterado ou escondido alguns dados nos relatórios entregues à General Motors, Nissan e Toyota. O acidente de Mincey foi o pivô do recall feito pela Honda em 2014, após a motorista ficar tetraplégica por causa do airbag. Mincey morreu no início deste ano.

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É uma péssima notícia para a Takata, em um momento que a empresa procura por possíveis compradores. Os custos dos recalls e as indenizações pagas em processos causaram um roubo nas finanças, deixando a Takata incapaz de cobrir os valores necessários para as novas convocações, que podem chegar a 100 milhões de airbags mundialmente. Terão que cobrar um valor dos clientes para ajudar a realizar as substituições.

Todo o problema com os airbags da Takata é um dos maiores escândalos da indústria. Com a nova rodada de recalls, cerca de 40 mil veículos devem ser convocados nos EUA, enquanto o governo japonês prevê o recall de 20 milhões. No Brasil, algumas marcas já começaram suas campanhas. A Honda convocou 325 mil veículos, enquanto Nissan chamou 33 mil carros e a Mitsubishi fez uma campanha por 29 mil unidades.



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