
Mick Schumacher no carro do pai: momento marcante antes da largada para o GP da Bélgica
RIO (tempo, tempo, tempo) – Escolhi a foto acima como a mais representativa do fim de semana em Spa, porque achei realmente emocionante ver aquele carro de 1994 nas mãos do menino que pode dar s
Talvez eu não tenha elogiado o suficiente as últimas dez voltas do GP da Bélgica, Hamilton e Vettel andando em ritmo de classificação sem que um errinho sequer fosse cometido, por um ou por outro.
Parabéns, Hamilton e Vettel, vocês foram incríveis nas últimas dez voltas do GP da Bélgica e não cometeram nenhum errinho.
Pronto. Espero que não tenham ficado magoados com este blog por não ter rasgado elogios a ambos. Não sou dado a elogios gratuitos. Mas eles merecem. E merecem tanto, que Fernando Silva, no Grande Prêmio, considerou a disputa uma das melhores da década. Vocês concordam?
Lewis venceu num dia especial, quando chegou à casa de duas centenas de corridas na F-1. Nem parece que já faz mais de dez anos de sua estreia, jovem promessa da McLaren, que praticamente o adotou desde o kart. Mas não foi o único, não.
O NÚMERO BELGA

GPs, certamente uma marca especial. Apenas 17 pilotos, na história, chegaram a ela. O recordista é Barrichello, com 322 largadas em mais de duas décadas de carreira. Dos que estão em atividade, Alonso, Raikkonen e Massa já romperam a barreira. E dois pilotos também venceram no dia em que completaram 200 GPs: Michael Schumacher (na Espanha, em 2000) e Jenson Button (na Hungria, em 2011). No caso de Button, há uma forçadinha de barra na estatística. Para que ele tenha tido a honra de ganhar o 200º GP, é preciso desconsiderar dois anteriores aos quais ele esteve presente, mas acabou não largando — em Mônaco/2003 e nos EUA/2005. Mas está valendo.
Enquanto Lewis comemorava efusivamente sua mais recente façanha, à qual obviamente deve ser acrescida a marca de 68 poles que o colocou ao lado de Schumacher como recordista na categoria, tinha gente cuspindo marimbondos em Spa: Max Verstappen.
O jovem holandês abandonou uma corrida pela sexta vez no ano e estava inconformado, a ponto de já começar a insinuar que pode deixar a Red Bull no ano que vem. Tá bom. E vai correr onde? Na Toro Rosso, de novo? Na Sauber? Na Force India? O pai Jos também deu chilique. “Desse jeito não vai durar muito!”, bradou. OK, e vai correr onde? Na Arrows? Na Tyrrell? Na Brabham?
O fato é que Verstappinho pode reclamar à vontade, mas não tem onde correr para ganhar corridas. Ferrari e Mercedes estão fechadas para o ano que vem. A Renault já pediu desculpas pela quebra, via Alain Prost, e por mais que a Red Bull reclame da fornecedora francesa, é melhor manter uma relação amistosa com a fábrica. Até porque cansou de ganhar corridas e campeonatos com ela.
Treta, mesmo, aconteceu entre Ocon e Pérez. A ponto de o francês disparar seus canhões com alguma virulência em direção ao mexicano.
A FRASE DE SPA

Ocon (atrás): ameaça de morte
“Estávamos fazendo uma boa corrida até Pérez tentar me matar duas vezes. De qualquer forma, ele não conseguiu e chegamos em nono.”
Esteban Ocon, em postagem no Instagram, depois de ríspida troca de acusações entre os pilotos da Force India.
Pérez gravou vídeos se explicando, admitiu culpa no toque na primeira volta por conta de um erro na configuração do motor — disse que perdeu potência, viu Hülkenberg de um lado e não notou o companheiro do outro –, falou que o francês foi otimista demais na segunda refrega, e depois que ambos levaram uma sonora comida de rabo Ocon disse que aceitou o pedido de desculpas do parceiro e que andou falando umas coisas meio duras porque estava com a cabeça quente.
Parece óbvio que ambos vão ficar sem se falar por semanas a fio, que se odeiam e se odiarão até o fim dos tempos, mas a prudência manda que tomem cuidado daqui para a frente. A Force India ameaçou até suspendê-los. E ambos sabem que tem fila de gente querendo correr na equipe. Melhor ficarem quietinhos. Mas, sobretudo, seria bom se conversassem vendo os vídeos, para compreender a dimensão que esse incidente poderia ter tido. Não se bate em ninguém a 300 km/h.
Outro vexame foi da Honda, mais uma vez. Alonso, quando estava sendo ultrapassado por Palmer, dizia pelo rádio, para quem quisesse ouvir: “Embarassing, embarassing”. Precisa traduzir? Embaraçoso, vergonhoso, desagradável, constrangedor. O espanhol disse que vai definir seu futuro em duas ou três semanas. Na Europa, comenta-se que ele condiciona a permanência na McLaren à saída da Honda. Um acordo com a Renault deixaria o piloto mais tranquilo.
Curioso é que a Honda não admitiu quebra de motor, nem algum problema específico. No release pós-corrida, os japoneses dizem que os dados não indicaram nenhuma anomalia, e que depois iriam investigar. Não precisa traduzir: para eles, Alonso abandonou por conta própria.
Tenho de fazer uma pausa agora para gravar o “Nitro” na Fox. Depois volto para concluir nosso rescaldo com o cartum do dia e nosso impagável “Gostamos & Não gostamos” (no caso, Massa para o primeiro item, e ainda não sei direito quem para o segundo).
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