
Quando a crise hídrica bateu à porta dos lares paulistanos em 2015, Marcos Mendes tinha na manga a resposta certa para a necessidade de limpeza dos carros que trafegam pelas ruas. O empresário desenvolveu uma fórmula capaz de resolver o problema com apenas 300ml de produto. Em 2016, sua rede de lojas, a Acquazero tem como ‘aliada’ outro tipo de crise: a econômica.
“As lojas reagiram bem ao fim do ‘boom’ da crise hídrica. Limpar o carro sem usar litros e litros de água limpa se tornou algo cultural para o paulistano. Para continuar crescendo, no entanto, percebi que nosso foco deveria contemplar novas oportunidades”, diz Mendes sobre o bom primeiro bimestre vivido pela rede em 2016, no qual faturou 20% a mais do que no mesmo período de 2015.
Na prática, Marcos apoiou suas ações no comportamento da indústria automotiva. A Acquazero é uma rede com mais de 230 unidades que oferece uma gama variada de serviços de conservação automotiva e não só a limpeza ecológica.

“O brasileiro postergou o plano de comprar o carro zero e o comportamento imediato é cuidar do que já está na garagem. O cliente que vinha apenas para deixar o carro limpo hoje recebe a orientação de um consultor especialista na área de conservação”, diz Mendes sobre a nova tática de mercado.
Os números da Fenabrave respaldam a análise da rede. No último boletim divulgado à imprensa, a entidade apontou queda de 38,8% na venda de veículos novos em relação ao mesmo mês de 2015 (janeiro). O ano passado já havia representado queda significativa no setor -26,5% em relação ao ano todo de 2014.
O valor médio gasto por cada um dos clientes também aumentou. Segundo a rede, o valor saltou de R$ 120 para R$ 180. Um aumento de 50% talhado na oferta de serviços de conservação oferecidos pela Acquazero.

Luis Tocci é o exemplo prático desta tendência. Cliente da empresa há dois anos, ele pretendia trocar de carro em 2016. Dono de um Nissan Sentra 2009, ele investiu cerca de R$ 530 na execução de serviços que trouxeram “vida nova” ao veículo, segundo ele.
O bom momento da rede faz Marcos pensar em uma expansão agressiva para 2016. Em um ano recheado de incertezas econômicas, a Acquazero quer dobrar de tamanho e bater a marca de 460 unidades até dezembro.
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