O IndyCar da Depressão é uma página criada por uns caras que são fãs da Indy, e para os mais desavisados, é uma das principais categorias do automobilismo nos Estados Unidos, sendo a principal categoria de monopostos, categoria onde já correram pilotos como Emerson Fittipaldi, Nigel Mansel e Rubens Barrichello.
O maior problema que a categoria enfrenta na TV brasileira, segundo os administradores da IndyCar Depressão é o tratamento das TV’s com esportes, gente que goste do assunto, e não simplesmente saiba x, y ou z. E por isso a página faz tanto sucesso com os fãs. “A gente leva notícias pra galera, claro, mas sempre com um tom de zoeira que torne a coisa mais atrativa, sempre que possível.” Atualmente transmitida pela Band, a categoria é muitas vezes negligenciada em detrimento de outras atrações. “É notório que o tratamento que a categoria recebe no Brasil é digno de choro, a emissora que a transmite não faz nada por ela, e poucos sites na internet tratam com destaque a Indy.” Talvez daí o nome “Depressão” faça tanto sentido.

O conteúdo dos caras se destaca porque não existia algo parecido com o IndyDeprê mas redes sociais, então o administrador decidiu criar primeiro um espaço simples no Twitter, só pra cobrir as corridas e as notícias, e ver no que dava. A coisa foi crescendo, e depois de um tempinho, foram para o Facebook. “No meu caso específico, foi complicado, porque eu estava no fim do ensino médio (terminei em 2015), então conciliar provas, trabalhos e estudos com as corridas e os memes sempre foi difícil.” Ou seja, um garoto na sua casa, acesso a internet e sozinho começou algo que as grandes emissoras relutam em fazer, ou por não entender as possibilidades atuais ou por não entender que o público mudou. “A galera foi bem legal e mandou memes pra ajudar, e depois de um tempo, conversei com um dos que mais mandava montagens pra gente e o efetivei como administrador, o que me ajudou bastante. Depois conseguimos mais pessoal, fizemos parceira com a galera do site Indy Center Brasil, então hoje, apesar de ainda termos problemas com tempo, ficou muito mais tranquilo e favorável.” Ser fã da Indy no Brasil é uma tarefa árdua, com todo o tratamento pífio que dão a ela aqui, o cara tem que realmente se interessar pra pesquisar e se informar a ponto de realmente gostar da categoria. Normalmente, quem gosta de automobilismo já se bate de cara com a Fórmula 1, mas a paixão por velocidade nos leva a descobrir outras categorias. E a Indy dá um show no quesito emoção e disputas, sem contar os ovais, que diferentemente do que muita gente acha, não é só virar pra esquerda. E claro, tem aquele lado várzea que é prato cheio pra zoação e de onde vem a maior parte da inspiração para as tiradas de humor.

E falando em humor, para criar as piadas, normalmente os administradores do Fanpage e do Twitter se reúnem via chat e debatem um pouco, especialmente em fins de semana de corrida. Muitas delas saem na hora, no calor da emoção. “Às vezes a gente tá vendo a corrida e ali mesmo já relaciona algo que acontece com algum fato que possa gerar um meme.” Vez ou outra acontece algum leitor fazer um comentário negativo em algum meme, ou alguma situação um pouco incômoda com algum usuário, mas até agora a maioria maciça do público apoia o trabalho deles, “isso nos dá uma grande energia pra continuar”.
Ter uma corrida no Brasil é essencial pra uma divulgação melhor do produto. A SP Indy 300 era muito legal, sempre ia muita gente, a galera gostava e as corridas eram interessantes. Chega dá saudade de lembrar a Band transmitindo treino livre da Indy em TV aberta no sábado de manhã. Infelizmente, sabe-se lá o real motivo, acabou, mas aí teve o pior: a história de Brasília. Ter uma corrida cancelada faltando tão pouco tempo pra rolar pegou muito mal, então acho difícil vermos a Indy aqui de novo por um tempo. Sobre o calendário, não vemos ele sendo tão ruim, o problema maior é essa história dele acabar em agosto.

Por acabar em agosto e só voltar no ano seguinte, fica uma lacuna muito grande entre a última corrida de um ano e a primeira do campeonato seguinte, e foi assim que o IndyCar para Leigos surgiu. “Como a Indy criou uma frescura enorme de não querer rivalizar com a NFL, que começa em setembro, decidiu dar fim ao campeonato em agosto. Aí como ele continua começando em março, são meses de uma off season interminável. E nós percebemos que muita gente não conhece a história da Indy, ainda mais com uma cisão no meio fazendo ela se dividir em duas (CART x IRL)”. Então pra fazer a galera conhecer o assunto e encher linguiça nas férias aconteceu em 2014 de ficarem uma semana sem posts, por falta de ideias com a off season foi que veio o estalo: “começamos, tivemos problemas, paramos, e depois um bom tempo, a série continuou. Graças a Deus, o pessoal tem dado um feedback incrível, eu mesmo não esperava que fossem gostar tanto”. E tomara que continue assim.
Hélio Castroneves e Tony Kanaã são dois grandes pilotos e são os brasileiros atualmente na categoria. Castroneves já ganhou a Indy 500 três vezes, Kanaan ganhou a Indy e a Indy 500. “Acho que caras como eles não precisam de muita cerimônia com esse histórico. A gente zoa o Helinho (que já interagiu com a gente, MITO) por ele ter tantos vices em campeonatos, mas isso não apaga o talento dele.” A idade parece não afetar, os dois bateram a casa dos 40 e continuam em alto nível. O problema é justamente este: não temos muitos brasileiros no Road to Indy (programa de base da Indy), e Hélio e Tony estão relativamente perto da aposentadoria. Se a categoria já é tratada desse jeito atualmente, imagina sem nenhum brasileiro lá?

Perguntamos pra galera da Indy Deprê a pergunta que o amigo desavisado e que não gosta de automobilismo sempre faz: qual é mais rápido, um carro da Indy ou um carro de F1?
“Essa dá treta, hein? Hahahahahaha. É bem complicado de chegar a um veredicto nisso, ainda mais com a Indy tendo kits diferentes para mistos e ovais, e a F1 mudando tanto nas regras nos últimos tempos. Mas, já que é bom puxar aquele jabá, Gil de Ferran em Fontana/2000 não me deixa dúvidas hehehehe.”
Na ocasião, Ferran bateu o recorde de velocidade de 241 mph, cerca de 388 kmh, 20 kmh a mais que a F1 costuma alcançar em Monza. Para seguir os caras no Twitter, clique AQUI, e para curtir no Facebook, clique AQUI.
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