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Avaliação: Fiat Mobi Way On, o cupcake sobre quatro rodas

Fotos, vídeo e edição | Júlio Max, de Teresina (PI)
Agradecimentos | Assessoria de Imprensa FCA e Jelta

Colaboradores | Francisco Santos e Elzivan Manoel

Carros compactos sempre estiveram à disposição dos brasileiros, porém modelos assim, até pouco tempo atrás, eram sinônimo de várias concessões ao conforto e à segurança. A Fiat tem expertise neste segmento e, aliás, foi com o pequeno 147 que a marca betinense se estabeleceu no País há 40 anos. Nas décadas seguintes, o Uno e o Palio fariam sucesso de dar inveja às montadoras mais tradicionais. E a tendência de crescimento em dimensões dos automóveis (como exemplo, a atual geração do Uno é quase 13 centímetros mais longa e 8 cm mais larga que o Mille) abriu espaço para um subcompacto na gama da marca, sob medida para quem precisa de mais praticidade em seu dia-a-dia. Utilizando da mesma matéria-prima dos tradicionais bolos, os estilosos cupcakes fizeram a festa no mundo gourmet – e o Fiat Mobi apresenta, em uma embalagem rejuvenescida, detalhes inéditos somados a elementos de seus irmãos de linha de montagem Uno e Palio.

A versão Way On, cedida pela montadora para o Auto REALIDADE, se destaca pelo visual aventureiro, que sugere uma robustez inversamente proporcional às suas dimensões. De frente, os faróis com máscara negra se fundem à grade pintada em preto-brilhante. Os para-choques possuem molduras plásticas mais elaboradas e esta versão traz de série os faróis de neblina e as rodas de liga leve de 14 polegadas, com pneus Pirelli Cinturato P1 de medidas 175/65. Outros detalhes visuais: barras laterais de teto (puramente estéticas; não podem ser usadas como bagageiro), retrovisores com luzes de seta (o formato é o do Palio, mas os repetidores de LEDs são exclusivos do Mobi), molduras plásticas nos para-lamas e adesivo “Way” na tampa do porta-malas.

Falando nela, aí reside um dos grandes diferenciais do Mobi: a tampa é feita em uma peça inteiriça de vidro, devidamente confeccionado para aguentar o uso diário e até colisões moderadas. Mas, para assegurar o patrimônio do motorista, temos sensor de ré (um alívio em garagens apertadas) e um para-choque robusto, para, em caso de colisão, evitar que o vidro seja atingido.

No interior, a Fiat diferenciou o Mobi do Uno em variados aspectos, a começar pelo quadro de instrumentos, com grafismos diferenciados. Nele, há conta-giros, um vistoso velocímetro e, na tela central, as funções do computador de bordo: consumo instantâneo, consumo médio, velocidade média, autonomia e tempo de viagem, além do relógio e temperatura externa. Há também ícone para indicar porta aberta. As funções são alternadas pelo botão Trip, na ponta da haste do limpador.

O volante é ajustável em altura sem despencar (ouviram, March e Sandero?), com detalhes em preto-brilhante, e acomoda em seu raio direito as funções de volume (inclusive mudo), fonte do som e avançar/retroceder faixas. Destaque para a boa empunhadura, com abas que posicionam as mãos do motorista em uma posição confortável, e a boa qualidade do material de revestimento. Mesmo sendo hidráulica, a direção é bem leve em baixas velocidades e agrada.

Seguindo a cartilha do rival Volkswagen up!, o Mobi só tem opção de vidros elétricos nas portas da frente. Mas apenas o Fiat tem botões internos iluminados, função um-toque para subir ou descer e fechamento ou abertura dos vidros ao pressionar o respectivo botão da chave por alguns segundos. E atrás, as janelas descem até o final.

O ar-condicionado tem comandos similares aos do Uno, mas as saídas são diferentes. De toda forma, o clima ficou frio como demandado, o que é um alívio considerando que o Piauí já está no período crítico do B-R-O-Bró (o computador de bordo registrou 46 graus Celsius e temos foto para provar).

Em termos de acabamento, o Mobi transparece boa qualidade com os plásticos de diferentes texturas peças internas corretamente alinhadas, sem rebarbas grosseiras – como é comum nesta categoria. O porta-óculos do motorista e o porta-objetos central contam inclusive com revestimento de espuma. Também houve um cuidado para evitar deixar parafusos aparentes nas portas e console central, exceto em lugares escondidos, como próximo às maçanetas, herdadas do Uno Vivace.

Os bancos do Way possuem texturas diferenciadas que lembram galhos de árvore entrelaçados, além de costuras duplas e abas laterais em marrom. Também como no up!, os assentos dianteiros trazem encostos embutidos, e apoiam bem o corpo. Atrás deles há porta-revistas não muito profundos, o que é bom para não acabar perdendo os objetos. Além dos cômodos ajustes de inclinação, o banco do motorista possui regulagem de altura, com a alavanca curiosamente posicionada à direita. No geral, o condutor dispõe de uma ergonomia bem-planejada, contando inclusive com um apoio para o pé esquerdo.

Bipartido na proporção 60/40, o encosto do banco traseiro pode ser ajustado na angulação de 23 ou 18 graus, acomodando melhor quem senta atrás ou ganhando um pouco de espaço para a bagagem. Rebatido, o encosto forma um piso quase plano quando a Cargo Box está acomodada. Em contrapartida, não é possível rebater o assento.

O rádio Uconnect, inaugurado pelo Uno em 2014 e também utilizado por Toro e Renegade, traz uma qualidade de som acima da média neste segmento, com os tweeters nas colunas dianteiras em complemento aos alto-falantes nas portas. Além dos já mencionados comandos no volante, há conectividade por Bluetooth (chamadas telefônicas e streaming de áudio), função RDS (informações sobre música), equalizador, além de entradas USB e auxiliar (iluminadas, no console) e tomada de 12 Volts/180 Watts.

O console entre os bancos é item de série a partir da versão intermediária Like e traz dois porta-copos próximo às entradas USB e auxiliar, dois pequenos porta-trecos e um porta-copo traseiro. As portas da frente vêm com porta-garrafas, enquanto as portas traseiras trazem nichos para encaixar os dedos.

Além dos itens já citados ao longo da matéria, o Mobi Way On vem com: alarme volumétrico, alavancas para abertura da tampa do tanque de combustível e do porta-malas na parte esquerda do piso, espelhos nos dois para-sois, retrovisores com ajuste elétrico e função Tilt Down ao engatar a ré (esta posição pode ser programada com a chave na posição MAR), chave-canivete, faróis de neblina (com acionamento associado aos faróis baixos), limpador, lavador e desembaçador traseiro, travas elétricas a cerca de 20 km/h (não há botão para travar/destravar todas as portas, mas empurrar a maçaneta do motorista faz trancar ou destrancá-las), luz de leitura acionada ao abrir as portas, ESS (acionamento do pisca-alerta em frenagens de emergência) e alças de teto (a do carona é retrátil, e as traseiras são fixas com pequenos ganchos que podem servir como cabides).

O porta-malas da versão Way On, com a Cargo Box encaixada, acomoda 200 litros, capacidade que pode ser ampliada para 247 litros até o teto com a retirada da tampa do bagagito, ou 215 litros caso os bancos de trás estejam na posição mais vertical. Cargo Box é um baú removível, com tampa e divisória lateral que pode ser retirada ou encaixada em variadas posições, o que é útil para acomodar compras ou objetos mais delicados de forma mais segura.

Mas a retirada da Cargo Box requer habilidade e precisa ser feita na diagonal. O estepe, com roda de ferro e coberto com uma densa camada isolante, possui a mesma medida das outras versões, mas o acesso a ele é algo complicado, já que a abertura pequena é atrapalhada pelo posicionamento do triângulo.

O motor 1.0 8-válvulas Fire Flex de quatro cilindros é o mesmo desde o lançamento do Uno há seis anos, conservando inclusive o tanquinho de partida a frio, mas que mantém nível de vibrações inferior ao dos 3-cilindros e ainda possui um ronco interessante na partida. Rende 73 cavalos com gasolina (75 cv com etanol, a 6250 rpm) e torque de 9,5/9,7 kgfm a 3850 rpm. O câmbio é sempre manual, de 5 marchas. Este conjunto movimenta uma carroceria cujo peso (com combustível e acessórios) é de 966 quilos.
Ao volante, vem brevemente à memória os tempos de auto-escola, que em meu caso foram feitos em um Uno Vivace 1.0. A calibração e posição dos pedais, com a embreagem de curso longo, é parecida. O motor garante um ritmo aceitável na cidade e a indicação de troca de marchas visa aproveitar melhor o escalonamento das marchas – a alavanca tem curso longo e engates precisos (para um Fiat). A velocidade máxima, que é alcançada em quarta marcha, é de 151 km/h com gasolina e 152 km/h com etanol. Já os (otimistas) dados de aceleração de 0 a 100 km/h apontam que, com etanol, o Way On cumpre a prova em 13,8 segundos.

Mas o Mobi é isso, um Uno compactado? Não. No Way On, é possível passar em ruas mal-conservadas com maior tranquilidade; o nível de ruído interno é agradável para um compacto, ainda que os ouvidos mais sensíveis possam captar ruídos de acabamento em pisos ruins. A visibilidade dos retrovisores é boa, ainda que o vidro traseiro seja diminuto; já as colunas dianteiras são grossas, e a cúpula do quadro de instrumentos gera reflexos na parte superior quando a incidência de sol é forte, impossibilitando a leitura do velocímetro – o que é uma grande pena, já que a disposição das informações é interessante. O para-brisa possui faixa superior degradê (está associado ao ar-condicionado).

Em termos de consumo, de acordo com os dados do Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, o Mobi Way On faz, com gasolina, 11,9 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada, enquanto quando abastecido com etanol, suas médias são de 8,4 km/l na cidade e 9,2 km/l na estrada – na teoria, resultados bons, mesmo sem a tecnologia dos motores 3-cilindros. Porém, no uso real, quando abastecido com gasolina (o tanque de combustível acomoda 47 litros), chegamos às médias de 7,7 km/l a 8,8 km/l (em meu percurso universitário, cheguei a 8,1 km/l).

Em sua roupagem aventureira, o Mobi possui 3,596 metros de comprimento, 1,53 metro de altura, 2,305 m de distância entre-eixos, 1,68 m de largura (1,93 m com retrovisores) e distância em relação ao solo de 17,1 centímetros. A versão Way On é a única com estabilizador dianteiro, o que permite um conforto maior em pisos ruins aliado à um bom comportamento em curvas sem recorrer a pneus de uso misto ou molas enrijecidas.

O Fiat Mobi Way On tem pacote completo de equipamentos – enquanto concluíamos esta matéria, o preço foi reajustado de R$ 43 800 para R$ 44 460 (fora a cor perolizada Branco Alaska). Em relação ao Way “sem On”, traz a mais: alarme perimétrico, faróis de neblina, rodas de liga leve, alças de teto, sensor de ré, retrovisores elétricos e rádio Uconnect com comandos no volante. Vale lembrar que seu concorrente VW cross up! com o motor 1.0 aspirado começa em R$ 48 310, também sem opcionais.

Dentro da Fiat, o Mobi Way On concorre com o Uno Way 1.0 2017, que começa em R$ 42.910 mas demanda os pacotes opcionais para se equivaler ao subcompacto em equipamentos. Uma decisão bem-acertada da Fiat foi oferecer a garantia de 3 anos sem limite de quilometragem, equiparando-se à grande maioria das montadoras nacionais (até o ano passado, o normal era a garantia de 1 ano apenas).

Veredicto: Poucos compactos rendem tanto o que falar do que o Fiat Mobi Way: goste ou abomine, não há como ficar indiferente a seu estilo aventureiro e às suas soluções para aproveitar o espaço que dispõe. Em relação ao seu principal rival (o Volkswagen up!), o Mobi preferiu seguir uma linha mais tradicional, aproveitando uma mecânica conhecida aliada ao “way of life” da Fiat de fazer compactos, sempre inserindo detalhes de acabamento e equipamentos que causam boa impressão. E ao que parece, esta fórmula está dando certo: no ranking de vendas, o Mobi está abrindo boa vantagem em relação a seu arquiinimigo. 
Boletim comentado do Fiat Mobi Way On


Design_ 8,75
Estilisticamente, a versão Way On possui um interessante pacote visual, trazendo mais olhares à já ousada carroceria do Mobi, que lança mão de elementos para parecer maior do que é, como faróis alongados, fortes vincos nos para-lamas que marcam as portas e grandes lanternas. Mas há efeitos colaterais: de tão espaçada, a grade dianteira deixa o radiador exposto demais a pedras. E para evitar que curiosos olhassem o conteúdo do porta-malas, a área transparente da tampa de vidro precisou ser reduzida – sem falar que o adesivo Way dá um ar de brinquedo ao Fiat. De toda forma, ao trocar o jeitinho lúdico do Uno por um aspecto mais malvado (e sem os excessos de adereços visuais), o Mobi acaba sendo interessante de se observar.

Espaço interno_ 7,75
Considerando que o Mobi é consideravelmente menor que o Uno (com o comprimento quase igual ao do Cinquecento) e o cofre do motor manteve as dimensões, o subcompacto da Fiat teve que apelar para soluções que reforcem a impressão de praticidade, como os bancos dianteiros inteiriços e o banco traseiro com encosto bipartido e inclinação ajustável. Para os passageiros da frente não se empolgarem com as regulagens, podem ser colocados calços nos trilhos dos bancos para o espaço atrás não ser tão comprometido. Mas não há milagre: para duas pessoas de 1,80 metro de altura sentarem atrás uma da outra, ou o motorista vai encostando os joelhos na coluna de direção, ou o passageiro gruda os joelhos no porta-revistas. Três pessoas no banco traseiro de estatura média possivelmente andarão com os ombros colados uns nos outros. O porta-malas, a despeito de ser diminuto, tem sua praticidade aumentada com a Cargo Box e a possibilidade de levar cargas mais compridas ao rebater apenas parte do encosto do banco traseiro (e podendo ainda levar 3 ou 4 pessoas no carro). Curioso lembrar que Onix e Gol G5 já tiveram este artifício, tempos depois trocado pelos assentos inteiriços, mais baratos de se produzir.

Conforto_ 8,5
Mesmo mantendo direção hidráulica, que demanda cuidado para não chegar ao fim do batente, há um bom nível de suavidade em todas as situações – e o raio de giro de 9,96 metros chega a ser menor que o de compactos com direção elétrica. O conjunto de suspensão elevado em 1,5 centímetro, aliado à adoção do estabilizador na suspensão dianteira, fazem com que o Mobi Way On seja bem confortável no dia-a-dia, o que pode acabar fazendo a diferença para algumas pessoas. Há ainda pequenos detalhes como a alavanca de seta que pisca 5 vezes com um leve toque (sem acioná-la inteiramente) e o espelho extra para vigiar os ocupantes do banco traseiro – uma sacada nascida em 2005 no Idea, que foi incorporada ao Uno e também ao Mobi, que usa o mesmo console de teto.

Acabamento_ 8,5
Uma das especialidades da Fiat é fazer carros com ambientes internos que demonstram atenção aos detalhes. Os grafismos do quadro de instrumentos, bem como a tela central do computador de bordo, são exclusivos do Mobi. Os plásticos são rígidos, mas trazem padronagens que quebram a sisudez comum em carros deste segmento. Os detalhes em preto-brilhante dão ar de carro mais requintado, ainda que sujem facilmente no cotidiano. Já o bagagito e as laterais do porta-malas trazem pecinhas de borracha para minimizar ruídos, e este habitáculo é todo revestido em carpete, enquanto em outros hatches de entrada é comum ver lata aparente. É verdade que “nosso” Way On foi um dos carros de frota de imprensa menos rodados que recebemos (com 3034 quilômetros iniciais), mas é um salto significativo em relação a modelos como Palio Fire Way e Uno Vivace.

Equipamentos_ 8,5
A lista de itens de série do Mobi Way On abrange itens esperados para um carro desta categoria (ar-condicionado, direção assistida, vidros elétricos dianteiros, limpador traseiro, ajuste de altura para o banco do motorista) somado a praticidades que contam pontos no dia-a-dia, como retrovisores elétricos, sistema de som com entradas USB, auxiliar e Bluetooth, sensor de ré (não pode ser silenciado, mas OK), banco traseiro bipartido e computador de bordo. Porém, quem quiser itens bacanudos como câmera de ré no retrovisor, central multimídia completa e bagageiro de teto realmente utilizável terá que comprar como acessório na concessionária, o que na hora da revenda dificilmente será revertido em maior valor, e ainda arcar com mão-de-obra.

Desempenho_ 7,5
Para quem não vai sair da cidade, o Mobi entrega o desempenho esperado para o cotidiano, desde que se explore bem as marchas (neste sentido, o ícone indicador no quadro de instrumentos, para aumentar ou reduzir, contribui). A calibração do acelerador permite que se tenha uma boa saída pisando pouco no pedal, mas assim que o Way On ganha velocidade (ao redor dos 60 km/h), fica nítido que o fôlego do 1.0 Fire se esvai – afinal, sua carroceria não é significativamente mais leve em relação ao Uno. Nas ladeiras, o Mobi sobe com certo pique.

Segurança_ 8,0
O Fiat Mobi traz o pacote essencial de segurança: airbags frontais, freios ABS com EBD, discos sólidos na frente e a tambor atrás, cintos dianteiros com regulagem de altura, dois apoios de cabeça traseiro com ajuste de altura, acionamento do pisca-alerta em frenagens bruscas e cintos retráteis. A segurança em colisões ainda é uma incógnita, já que o modelo ainda não foi submetido ao crash-test do Latin NCAP. A estrutura é diferenciada em relação ao Uno, com pavimento frontal e central em peça única. A Fiat chegou a divulgar imagens de um crash-test frontal feito a 64 km/h, mas a despeito da aparente boa resiliência da carroceria, seria preciso avaliar o impacto aos dummies. No mais, o comportamento em curvas é aceitável e os freios têm boa eficiência, mas a carroceria adorna para a frente além do desejável em frenagens de baixa velocidade.

Consumo_ 7,5
Para um carro 1.0, os gastos com combustível registrados pelo Mobi foram um pouco desanimadores. Apesar de demonstrar uma boa autonomia, o consumo em nossas condições de uso real (100% na cidade, com gasolina no tanque, ar-condicionado ligado e de uma a quatro pessoas a bordo), o computador de bordo oscilou entre 7,7 e 8,8 km/l. Bem longe dos 11,9 km/l declarados pelo Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro e também distante dos 10,6 km/l alcançados pelo Volkswagen take up! recentemente avaliado em condições bastante similares (e com motor ainda não amaciado).

Custo-benefício_ 8,25
O Mobi Way On concentra em uma embalagem pequena (o que na correria do dia-a-dia acaba virando vantagem) os principais itens de conveniência para a cidade, com estilo externo e interno moderno, além de um conjunto mecânico mais do que provado no Brasil e conforto ao rodar. Apesar de ter três cintos de segurança atrás, é óbvio que o Mobi não foi criado para levar cinco passageiros confortavelmente o tempo inteiro – no máximo em caronas, já que o público-alvo do subcompacto da Fiat é de gente jovem, que muitas vezes anda sozinha no carro. Por um pouco a mais é possível comprar o Uno, com distância entre-eixos e porta-malas significativamente maiores. Mas o Mobi tem tudo para ser um modelo mais vantajoso quando, no início de 2017, forem disponibilizadas as versões com o motor 1.0 Firefly, com maior torque e consumo de combustível mais contido.

Nota Final = 8,1

As notas são atribuídas considerando a categoria do carro analisado, os atributos oferecidos pelos concorrentes, além das expectativas entre o que o modelo promete e o que, de fato, oferece. Frações de pontuação adotadas: x,0, x,25, x,5, x,75. Critérios – Design = aspecto geral do automóvel. Espaço interno = amplitude do espaço para passageiros (dianteiros e traseiros, de acordo com a capacidade do carro) e bagagem. Conforto = suspensão, nível de ruído, posição de dirigir, comodidades. Acabamento = atenção aos detalhes internos e escolha de materiais e padronagens. Equipamentos = itens de tecnologia e conforto, sejam de série ou opcionais. Desempenho = aceleração, velocidade máxima, retomada, comportamento em curvas e frenagem. Segurança = itens de proteção ativa e passiva. Consumo = combustível gasto e autonomia. Custo-benefício = relação de vantagem entre o preço pago e o que o carro entrega.

Dê uma olhada na Galeria de Fotos do Fiat Mobi Way On 2017!

Audi RS3 Sedan LMS: nascido para correr, pronto para competir

Junto com o RS3 Sedan de produção, a Audi apresenta no Salão de Paris o RS3 LMS, para competir na TCR International Series, categoria recente e com grande potencial de crescimento de público e, consequentemente, investimentos. 
Apesar de compartilhar o nome com o A3 Sedan mais nervoso já produzido, o RS3 de corrida não usa o mesmo motor do modelo de produção. No lugar do 2.5 cinco-cilindros de 400 HP, o LMS adota o 2.0 quatro-cilindros TFSI, preparado para entregar 330 horsepower, aliado ao câmbio sequencial de 6 marchas. Assim, o modelo preparado acelera de 0 a 100 km/h em cerca de 4,5 segundos e atinge 240 km/h.
Para atingir ao requisitos de segurança da FIA, o RS3 LMS conta com célula de sobrevivência, tanque de combustível reforçado, banco tipo concha, redes de proteção nas janelas dianteiras e um alçapão no teto para resgate do piloto em caso de acidente. O Audi para competições será comercializado a partir de 99.000 euros na configuração “club sport” e por 129 000 euros já pronto para competir.

Compass no rumo certo [Alta Roda]

A Jeep, marca do Grupo FCA, tem uma missão definida para o Compass, seu novo SUV médio-compacto: vender de 2.000 a 2.400 unidades por mês quando a produção estiver estabilizada. Naturalmente conta com alguma recuperação do mercado brasileiro em 2017. A grade de preços ficou competitiva, entre R$ 100.000 e 150.000, dividida em três níveis de acabamento e motores flex (um novo 2-litros ainda sem dados técnicos liberados) e diesel (170 cv, 4×4 e câmbio automático de nove marchas).
Terá três concorrentes diretos de produção local: Hyundai ix35, Mitsubishi ASX e o Renault Captur (este será lançado logo depois, em dezembro). Há também produtos com menos chance de competir em razão de cotas e imposto de importação como Honda CR-V, Toyota RAV4 e VW Tiguan. O Renault Koleos também pode entrar na briga numa faixa pouco acima.
Seu estilo coloca-se entre o ousado demais Cherokee e o algo mais tradicional Renegade. Embora lembre o Grand Cherokee, tem recurso interessante do leve caimento da linha do teto, a exemplo do muito copiado Land Rover Evoque. Há guias de LEDs, mas não se trata de luzes de uso diurno (DRL). Seu interior ficou espaçoso com 2,64 m de entre-eixos e volume de porta-malas conveniente (410 litros, que caem para 388 com estepe mais volumoso da versão de topo Trailhawk).
Um dos destaques do Compass (bússola, em português) é a oferta de itens eletrônicos em geral não encontrados nessa faixa de preço: controle de adaptativo de velocidade, monitoramento de mudança de faixa, farol alto automático e prevenção de colisão frontal com frenagem automática, entre outros. Pode vir com até sete airbags. Ajuste elétrico dos dois bancos dianteiros também é incomum. Por isso se estranha falta da aplicação automática do freio de estacionamento elétrico e a central multimídia sem tela capacitiva, nem possibilidade de pareamento com Android Auto/Waze.
Uma mudança bem perceptível foi no isolamento de vibrações e ruído do motor diesel, único disponível durante os primeiros contatos. O volante, em rotação de marcha-lenta, trepida menos do que o observado no Renegade e na picape Toro, todos com o mesmo conjunto motriz. A calibração da direção eletroassistida poderia ser mais firme em velocidade típica de estrada. Como o Compass tem massa superior em 88 kg ao Renegade, afetou um pouco acelerações e retomadas, o que não é o ideal considerando seu preço superior.
A diferença, porém, deve ser para melhor com o motor flex, que responderá por 70% das vendas, segundo estimativas da Jeep. Será uma unidade motriz mais moderna, de maior torque e potência, adequada ao porte do modelo. O Compass demonstra solidez marcante e capacidade fora de estrada superior, embora esta não seja uma característica que possa definir a razão de compra da maior parte dos interessados em SUVs e crossovers.
Para essa robustez existe contrapartida em termos de peso total, desempenho e até de visibilidade dianteira em razão de colunas mais espessas que o usual. Também é preciso ver que versões mais caras do Renegade terão superposição de preço com o Compass. Então, não haveria relação de ganha-ganha tão explícita em termos de participação de mercado.
RODA VIVA
PRIMEIRO motor de três cilindros e 1,5 litro fabricado no Brasil estreia no EcoSport reestilizado, no primeiro trimestre de 2017. Fonte desta Coluna indica potência de 130 cv, suficiente também para o Focus hatch. Conhecido como Dragon, terá versão turbo (não de início), sucessor natural do EcoBoost. O SUV compacto receberá câmbio automático convencional, no lugar do automatizado atual.
ABERTURA remota das portas por meio de aplicativo e conexão Bluetooth em smartphones ganhará maior confiabilidade. Francesa Valeo e holandesa Gemalto anunciaram parceria para o sistema virtual de chaves de carro alcançar um alto nível de segurança de comunicação e armazenamento em nuvem. Espera-se, assim, diminuição de furto de veículos.
NISSAN Sentra mostra atributos de boa dirigibilidade, em particular pela suspensão e direção eletroassistida bem calibradas, além de linhas revitalizadas. Volante, de novo desenho, manteve o incômodo sistema de regulagem de altura tipo “queda-livre”. Combinação de motor 2-litros (140 cv, apenas) e câmbio CVT tem respostas ao acelerador um pouco lentas.
TOYOTA lança no Japão, no final do ano, um pequeno boneco (10 cm de altura quando colocado de pé) para ser espécie de assistente pessoal eletrônico capaz de integrar informações do carro e de casa. Batizado de Kirobo Mini, tem chance de encantar público japonês – de adolescentes a adultos – tão ligado em robôs. Se bem aceito, pode ser exportado.
SEMPRE que se fala em catalisador confunde-se garantia de cinco anos ou 80.000 km contra defeitos de fabricação e perda de eficiência com a durabilidade efetiva da peça. Falhas de manutenção, combustível ruim ou danos externos podem até abreviar aqueles prazos. Mas um motorista atento fará o catalisador ter vida útil igual à do motor.
Fernando Calmon (fernando@calmon.jor.br), jornalista especializado desde 1967, engenheiro, palestrante e consultor em assuntos técnicos e de mercado nas áreas automobilística e de comunicação. Sua coluna automobilística semanal Alta Roda começou em 1º de maio de 1999. É publicada em uma rede nacional de 98 jornais, sites e revistas. É, ainda, correspondente no Brasil do site just-auto (Inglaterra).

Volkswagen convoca recall para up!, Gol, Voyage e Saveiro

A VW inicia o recall dos modelos up! (2016/2016), Voyage (2016/2017), Gol (2016/2017) e Saveiro (2016/2017), fabricados entre 16 de novembro de 2015 e 24 de fevereiro de 2016, uma vez que o airbag do passageiro, em caso de colisão frontal, pode não funcionar corretamente, aumentando o risco de danos físicos ao ocupante do banco do passageiro dianteiro. O atendimento ao recall ocorre a partir do dia 05 de outubro, nas concessionárias Volkswagen.
Chassis envolvidos

up! 
De GT536428 até GT544666
Voyage
HT000048, HT000053, HT000059, HT000067
Gol
HT000049, HT000104
Saveiro 
HP000585

Maiores informações

0800 019 8866

RÁDIO BLOG

SÃO PAULO (cada uma…) – Os organizadores do GP dos EUA pediram aos pilotos da F-1 para indicarem suas três músicas favoritas. Nessa pesquisa informal, faltaram apenas as respostas dos pilotos da McLaren e da Manor. E surgiram umas coisas interessantes. Daniil Kvyat, por exemplo, veio com Metallica, Motorhead e… Frank Sinatra! O cara realmente …

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