OPEL FRANCESA

Opel_Kadett_C

SÃO PAULO (que coisa) – Vejam o carrinho acima. Um Chevette, né? Mais ou menos. Na verdade, um Opel Kadett. Igual ao Chevette. No começo dos anos 70, engenheiros da Opel alemã, da GM brasileira, da Holden australiana e da Vauxhall inglesa se juntaram para desenhar esse carro, que aqui foi lançado em 1973 e perdurou até 1993. Foi a primeira vez que um carro mundial — no caso, da GM — teve a participação de brasileiros em sua concepção.

Por 20 anos, o Chevette foi um dos mais queridos carros nacionais. Como ele, a maioria dos modelos lançados pela GM por aqui, sob a bandeira Chevrolet, nasceu na Europa, nas pranchetas da Opel. O Opala, por exemplo, era o Rekord C lá. O “nosso” Kadett, o Monza, o Omega, o Vectra, o Corsa, o Astra, a Meriva e a Zafira, igualmente, são alemães de nascimento. Resumindo: se você tem, ou teve, um Chevrolet brasileiro, muito provavelmente ele foi um Opel antes de chegar a estas bandas.

A General Motors comprou a Opel em 1929. Pouco antes, em 1925, já havia comprado a Vauxhall inglesa. Foi por meio dessas montadoras que colocou o pé na Europa, mas optou por manter as marcas. Lembram do Astra belga? Aquele que a GM trouxe ao Brasil no fim de 1994 e tirou de linha um ano depois quando mudaram as regras de importação? Pois é. Carrinho lindo, motor 2.0, alguns com airbag, ar-condicionado, direção hidráulica, completinho. Muitos deles tinham o emblema da Opel no volante — eles eram montados numa fábrica na Bélgica, com motores brasileiros enviados para lá.

Bem, a GM vendeu a Opel e a Vauxhall no começo da semana para o grupo francês PSA — que controla Peugeot, Citroën e DS.

Para mim, foi um choque. Não dá para olhar meu Chevette e imaginá-lo comendo croissant. Não consigo conceber os Chevrolet europeus em outras mãos. Mas foi o que aconteceu. GM e Peugeot já compartilham algumas plataformas. A partir de agora, os americanos saem de cena e os modelos Opel e Vauxhall passarão a ser produzidos sob supervisão gaulesa. A venda rendeu à GM meros 2,2 milhões de euros. Quase nada. Se livraram das marcas. Sem dó, nem piedade.



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