FUTURO SOMBRIO

SÃO PAULO (não quero ver isso) – Outro dia falamos aqui da Roborace. O pessoal da Fórmula E pretende colocar os carros sem piloto na pista ainda neste ano. Por enquanto, só exibição. Mas a ideia é criar um campeonato em breve, muito breve.

OK. É o futuro, talvez. Um carro sem motorista, guiado pelo Waze ou pelo Google, cheio de sensores, câmeras, com WiFi, telas de led, conexões USB, essas merdas todas. A gente chama pelo celular. Entra, diz para onde vai, e o carro vai. Cobra no cartão. Se tiver alguém junto, divide a conta.

Só que isso pode acabar com as corridas de verdade. A opinião, mais do que pertinente, é de Lucas di Grassi. Para ele, na medida em que as pessoas vão deixar de dirigir, obviamente o interesse por competições em que pessoas dirigem não existirá. Corrida de carro vai ser algo tão excêntrico e extemporâneo como, por exemplo, o venatio ou arco e flecha com uma maçã na cabeça do incauto como alvo.

Faz todo sentido. Não há mais bestiários enfrentando feras em anfiteatros romanos, nem quem se disponha a levar uma seta no meio da testa à guisa de competição. Cada época tem a modalidade que merece. Sem motoristas na vida cotidiana, a tendência é que qualquer esporte que deles faça uso tenda à extinção.

Lucas também critica o excesso de tecnologia nas categorias de ponta que, a cada dia que passa, tira dos pilotos a autonomia para controlar seus carros. O piloto não pode se tornar irrelevante, diz o brasileiro que, neste fim de semana, decide o título da Fórmula E em Londres.

De novo, está coberto de razão.

robocar



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